segunda-feira, 14 de setembro de 2015

CAPÍTULO 24 – EU ESTOU PENSANDO EM VOCÊ (CINCO MULHERES… CINCO DESTINOS).

Naquele momento da história eram cinco mulheres, cinco destinos, tentando de todas as formas, combinarem as circunstâncias e os acontecimentos para que elas influenciassem positivamente em suas vidas.

EU ESTOU PENSANDO EM VOCÊ


Verdade seja dita os últimos meses de Bruna não foram os melhores, ela vivera acontecimentos, os quais mantém segredado em sua alma, que abalaram a tua vida, consequentemente o seu casamento. Antes, deles surgirem ela sonhava em ser feliz, mas o preço que está a pagar fora tão alto, que modificou o seu estado emocional. 
Para muitos o seu comportamento soava como arrogância, narcisismo e vaidade ao extremo, mas, na realidade, tais comportamentos poderão ser de fuga, um disfarce de algo tão nefasto que estava a viver, cujas consequências não só afetara a sua vida, como de todos que a rodeavam.
No início eles não passavam de meros expectadores de seus atos quer fossem eles tresloucados ou não, mas por vezes sem que eles soubessem coadjuvavam em alguns acontecimentos. O pior, que talvez ela sequer precisasse tão quão acentuados eles eram.
O que resultou no sofrimento, que a levou naufragar na maré do abandono, cujas águas, a da solidão, os seus olhos estavam a margear. Até que os de Antônio (o fã), o farol a assinalar ao longe, na noite escura que sua alma estava a atravessar, a presença de um porto seguro, no qual ela pudesse atracar: Luciana. O acaso tinha-o escolhido para ser o faroleiro encarregado a assinalar aquela paragem ou o ancoradouro, por isso a precisão de suas decisões, a fim de que ela submergisse naquelas águas revoltas.
Mas naquele momento Bruna estava a atravessar sua dor, como se ela tivesse que navegar aquelas águas revoltas, nas quais vivenciaria as lembranças vivas em seu inconsciente de tudo que a fizeram de alguma forma refém das consequências de seus atos.
Na verdade Antônio fez-se presente em sua vida, exercendo sua árdua função de faroleiro, mesmo depois de tê-lo exercido com maestria do saguão de desembargue até o apartamento de Bruna. Nesse ínterim guiou-a sobre forte nevoeiro, por certo causado não só pelas incertezas, também pelas certezas que pairavam sobre ela. Mesmo certa de que ao ser deixada por ele em frente à portaria do prédio os seus olhos margeariam águas tão revoltas, que naquele trecho as tornaram, inavegáveis. Ele compadecido ao vê-la naquele estado emocional disse:
_ Bruna! Desculpas, eu não sei se posso chamá-la assim, com tamanha intimidade (sorriu timidamente). Bem, aqui está o meu cartão (suspirou). O que você precisar eu estarei pronta para ajudá-la (sorriu). Até mesmo, como ombro amigo, caso dele você necessite.


Ao ouvi-lo a atriz respirou fundo, talvez ela estivesse a buscar o resto de força que tinha restado e o agradeceu:
_ É evidente que podes, aliás, eu serei grata a você, pelo resto de minha vida.


Depois de agradecê-la esboçou um sorriso tão terno, mesmo estando os seus olhos orvalhados de lágrimas, e deu continuidade à fala:
_ Meu amigo! (suspirou) Se for preciso, eu o incomodarei.


O rapaz sorriu e disse:
_ Bruna! (sorriu) Pode contar comigo para que o der e vier.


Bruna sorriu, agradeceu-o e quando foi pagar a corrida ao taxista, ele a impediu:
_ Obrigado! Por favor, quanto é a corrida…


Antônio não deixou que ela terminasse tal pergunta e disse:
_ Nem pensar! Eu pago, por favor.


A atriz sorriu, desceu do carro, mas antes de fechar a porta, disse:
_ Obrigado! Siga em paz.


Ainda enternecido, ele fitou os seus olhos, suspirou e despediu-se:
_ Muita luz!


Bruna fechou a porta do carro, os seus olhos estavam orvalhados de lágrimas, certamente por ser sabedora de que a partir daquele momento ela enfrentaria sozinha todas as suas aflições. Como também, o nevoeiro de incertezas e certezas que pairavam sobre ela, que se transformara em um vendaval de sensações. E ao sentir-se sozinha, a mágoa (as lágrimas) represada em seu coração, transbordará em sua alma de uma forma abrupta que a arrastou para dentro daquelas águas, a fazendo sofrer um revés na sensação de companheirismo que estava a viver com Antônio, até atracar no porto seguro desejado; Luciana.
E nesse ínterim, quando a solidão lhe fazia sentir sufocação pensou até importunar o fã, que para ela naquele momento em diante mais parecia um anjo transfigurado em homem, que tinha vindo a este plano, para protegê-la, principalmente dos repórteres e paparazzi ávidos por notícias. Mas em especial, de Karol há tempos sua desafeta, a quem, aliás, atribuiu a autoria daquele furdunço, melhor dizendo, quem os arregimentou, para que eles estivessem naquele lugar espezinhando-a.
Intento conseguido, ainda que ela estivesse acostumada com todo aquele furdunço e a desfaçatez de sua desafeta Karol, a qual, aliás, para muitos tratava ser uma candura de pessoa, mas, na verdade, talvez ela, ou mais um ou dois dos ali presentes eram conhecedores do grau de sua desfaçatez. Inclusive, poderia ser ela uma das causadoras de parte de sua angústia, que a trancafiara em seu apartamento, cela na qual cumpria a sua pena, desvestir-se da fantasia, que há tempos tinha vestido como disfarce, de seus atos e de suas decisões impensadas e recobrar o rumo de sua história.
E que por vezes, eles voltavam em flashes, como se esses fizessem parte de uma história escrita na lousa da vida, a qual, diga-se de passagem, era a sua, que ao capitulá-la em suas lembranças constatou que em muitas destas fora forçada a escrevê-las contando em suas entrelinhas as suas verdades. Talvez, pelo fato de escrito sob o jugo do medo, da vileza de outrem, submissa a tirania de alguém ou do teu próprio eu, os quais, aliás a fizeram tornar-se uma condenada ao isolamento.
Cumprido, no apartamento adquirido quando em época da primeira vez que se separou de Linda, no qual, após, a reconciliação os seus pais passaram a morar e que, na ocasião, lhe serviu de algoz, tornando-a refém daquela dor. Mas, ao mesmo tempo, também lhe serviu de confessor dos seus pecados, dos seus medos e receios, os quais há tempo mantinham segredados.

O SILÊNCIO

Sozinha Bruna traz à consciência recordações represadas, uma catarse, a libertação de sua alma das suas cruéis consequências. Por isso, estava a deixar o porta-voz de seu algoz(a sua alma) penitenciar-se, para sua própria remissão. Buscando como refrigério, nos momentos em que a dor fosse maior do que a suportável o apoio de seus pais. Os quais, aliás, também tinham sido vitimados por seus atos inconsequentes e que, a época, mesmo que eles as apoiassem na reconciliação, mantiveram intactos o seu quarto, pois, eles perceberam quão era tão instável aquela união.
Como eles estavam certos, a filha voltou ao apartamento em definitivo, como se na vida possa existir alguma definibilidade. Haja vista, aliás, o tempo que passara ali no decorrer da primeira separação, o que diferia daquela ocasião, era que se encontrava de fato sem rumo, sem um ancoradouro para atracar a sua dor, o seu corpo, a sua alma, todos marcados, como tatuagens, pelo sofrimento advindo dos seus atos tresloucados ou não.
Inobstante ter sido sua alma penitenciada, a viver em um profundo silêncio, o efeito da refração dos momentos vividos em São Paulo, fez aparecer no espelho d'água do rio, que os seus olhos estavam a margear, a imagem de Luciana como miragem. Verdade seja dita, entre as duas mulheres com quem ela tinha experimentado o ménage à trois fora Luciana quem a maravilhara, aliás, encantamento aconteceu desde que elas se entreolharam pela primeira vez, na porta do estúdio de televisão em São Paulo.
O destino confiara a Luciana, o papel de coadjuvante nos capítulos a seguir no livro da vida da atriz, Bruna sentiu em seu íntimo, que seria ela a única pessoa quem o seu eu queria como o ancoradouro, no qual pudesse se cuidar e ser cuidada dos sofrimentos que lhe abatera.
Como tinha recebido do seu fã, do saguão de desembargue até atracar no apartamento, onde vivenciara as sensações de ser uma desabrigada da inundação consequente da maré do abandono até que ela encontrasse as respostas para os seus porquês. E por não desejar que os seus olhos deixassem de margear águas tão negras e tão profundas, em razão de seus atos tão desregrados deixou que a voz e a imagem de Luciana sobrepusessem ao silêncio e as paredes brancas do seu apartamento, desejando que ela tornasse real a miragem do porto seguro, para enfim ancorar.
Emergindo assim, da profundeza do seu eu fortalecida, como uma Fênix renascida das cinzas, no seu caso pelo amor. E, verdade seja dita, se isso fosse possível, em razão do seu egocentrismo, o seu ressurgimento em função de si mesma, através de um processo angustiante e devastador, para comedir suas atitudes e passar a pensar naqueles que a rodeiam.
Foi assim, que Bruna chegou ao apartamento e dali só saiu, quando abriu a porta para a felicidade, fazendo com que Luciana de ser uma miragem, para ser a sua mais linda realidade. A qual, aliás, das duas outras protagonistas daquela recente experiência (ménage) somente ela a apoiara. E, com quem na noite escura (durante a madrugada), começara a manter em sigilo, nem mesmo os seus pais sabiam, desse estreitado laço de afetividade.
Ao contrário da outra protagonista, depois de ter ido embora enquanto ela e Luciana dormiam sem deixar notícia. E, aliás, quando tiveram foram as piores possíveis, por isso elas repudiaram qualquer tipo de estreitamento de amizade. O que divergia do estreitamento de afetividade, que as duas passaram a manter, depois de uma ouvir a voz da outra, naquela madrugada. Ainda que, tinha sido algumas palavras trocadas, em razão do adiantado da hora e de Luciana ter compromisso pela manhã, fora suficiente para vivenciarem um turbilhão de emoções.
Em São Paulo, uma Luciana aflita com o que acabara de ler em um site de entretenimento, a notícia e imagens do acontecido no aeroporto do Rio, sentiu a necessidade, em saber como ela estava:
_ Aló, Bruna?!


A atriz respondeu do outro lado da linha, vivenciando as mesmas sensações de quando a vira pela primeira vez:
_ Olá, Luciana!


Por sua vez, também vivenciara as mesmas sensações quando ouviu a voz de Linda, ao telefone, quando a convidou para participar do programa, do qual trabalhava, enternecida com a voz rouca da atriz, disse:
_ Desculpe o adiantado da hora, mas o meu dia, também não fora tão fácil, como o seu! (silêncio). Mas, creio tudo entrará no eixo.


Bruna suspirou e disse:
_ Oxalá!


Ao ouvi-la Luciana falou:
_ Bruna, o que você precisar de mim. (suspirou)


Certamente, quis primeiro exprimir por meios de suspiros, o que estava a falar:
_ Eu estarei aqui para ajudá-la, pois, também sou protagonista daquela, que fora, mesmo que as consequências tenham trazido alguns arranhões em minha conduta, aos olhos de parte da sociedade em que vivemos para mim indescritível.


SILÊNCIO
O que acabara de ouvir, lhe serviu como um refrigério, como também, o raio de luz que a fez enxergar o farol, que a conduzira ao ancoradouro, por ela tão desejado. E com os olhos orvalhados de lágrimas e a voz embargada disse:
_ Obrigada! Nossa, eu estava certa, quando a vi pela primeira vez, a porta do estúdio, tive a impressão de estar diante de um ser muito especial.
Ao dizer isso, as duas silenciaram, pois, sem que soubessem tinha partilhado da mesma impressão, nesse momento, descobriram o motivo de que tinham aceitado o convite de se experimentarem sexualmente. O erro, em razão do álcool e do desejo insano, para vivenciarem aquela experiência, foi deixar Ariane participar, pois, o que ela vislumbrara com tal experiência, era usá-lo como trampolim para ter o seu nome veiculado na mídia. Tanto que, a utilizou no primeiro momento, que tinha deixado aquele hotel de luxo, mas no minuto seguinte, ao constatarem a sua real intenção, trataram de silenciarem quanto a sua participação, a deixando em total ostracismo.
O que, ao contrário, era visível no olhar de Luciana, que ela o tinha vivenciado, por estar enamorada por Bruna, por isso e a sua própria índole, a qual não divergia em nada com a da sua antiga companheira Linda, não se utilizara o que vivenciara para se promover. O que, aumentou o respeito e a admiração dos diretores do programa em que trabalhava.
Lisura, aliás, que fez iniciar uma tratativa de apresentar um quatro no programa, no qual trabalhava. E, por sua exigência só entraria no ar, quando não houvesse mais nenhum vestígio do escândalo, que estava a vivenciar.
O que também fez Bruna admirá-la, mesmo sendo protagonista daquele escândalo, não o utilizou em benefício próprio e sempre a tratou com carinho e atenção.
Dois dias depois de sua chegada ao Rio, Bruna e Luciana mantiveram contato, por telefone, quando resolveram manter sigilo do que estavam vivendo, até que toda aquela situação que se encontravam abrandasse.
Luciana tentava dar o máximo o apoio a Bruna, mas o que a vontade que às vezes tinha era de estar ao seu lado, colocá-la em seus braços e protegê-la de tudo daquilo.
Certa que Bruna ainda pensava, em Linda, tinha receio de que poderia se machucar, mas tentaria, já que não via no olhar de sua preterida o brilho das enamoradas, quando falam de sua amada. O que ela via era um carinho sincero, mesmo que muito não acreditassem nisso depois de tudo que elas viveram.
Muitas vezes, sentia na voz de Bruna um sentimento de remorso pelo que ela tinha feito Linda passar. O que mais afligia a Luciana era o temor de que isso acontecesse e as duas, tentasse reconciliar, mesmo que ela estivesse fadada a não dar certo.
Enquanto Luciana pensava em Bruna, essa por sua vez navegava em uma maré de abandono. A outra protagonista (Karol) do enredo da novela tentava ancorar em outro porto seguro: Linda.
Que por sua vez vivenciava um turbilhão de emoção nada, ninguém a demoveria de viver tudo aquilo com Luana….


Bruna certa que entre ela e Linda não existia mais nenhuma chance, depois de toda aquela autoanalise lhe serviu para encontrar uma resposta do porque ter se aventurado naquela experiência sexual e os outros romances, estando casada com Linda, inclusive, o ménage à trois. Era porque entre elas não existia mais o companheirismo e a cumplicidade de quando começaram a se relacionar.


Questionou-se ser ela a mulher egocêntrica, que todos comentavam especialmente Karol. Como ela detestava aquela mulher, ou o que ela representava em sua vida, aliás, há tempos era a pedra do seu caminho. Aquela que para todos sempre demonstrou estar interessada por Linda.


O que mais lhe causava espanto era o fato dela achar Karol linda, por incrível que pareça ela ficava mais bela, quando se irritava, mas era justamente nessa hora que sua admiração se transformava em raiva e a tornava uma mulher feia e irritante.
Por sua vez, Karol a desprezava, mesmo que já houvesse confidenciado a alguns amigos, que a única coisa que não poderia falar de Bruna, que ela era feia…. Como sempre dizia: “O que ela tem de bonita, tem de irritante.”.


Aliás, Karol naquela noite tentou dormi, mas o que ela conseguiu mesmo foi sonhar com Linda, até a sua mãe a despertá-la.
Dona Maria Rita passou pelo quarto da filha, quando estava indo para a cozinha fazer um chá de camomila que induzisse o sono, já que não conseguia dormi, quando estranhou o barulho vindo lá de dentro, preocupada abriu a porta e viu que ela se movimentava e gemia por debaixo dos lençóis e a chamou.
Karol não acreditou no que estava acontecendo, ainda tentou fingir que dormia para demovê-la da intenção de lhe acordar, despertando-a daquele sonho instigante.
_ Filha, acorda!

Como não teve jeito, ela tentou acalmar sua respiração, que estava descompassada, secou com o lençol o suor do rosto e abriu os olhos. Mais o seu olhar matreiro a condenou, mesmo tentando de todas as formas despista de sua mãe, o que realmente havia acontecido minutos atrás, não conseguindo.

Perguntou a mãe:
_ Karol! Karol! Acorda filha. O que você está sentindo?


Ela respondeu:
_ Nada mãe! Apenas estou com calor.


Exclamou:
_ Hein!…


Tentou disfarçar:
_ Hum! Eu me esqueci de ligar o ar-condicionado, mamãe. Senti! Como o quarto está quente.


Disse a mãe sorrindo:Nossa! Como você está suada, menina!- exclamou a mãe- Levante! Vai se banhar. – disse Dª Maria.


Exclamou a filha:
_ Hum!

Disse isso, olha para a filha, como se ela estivesse mandando-a tomar banho, mas escondia um sorriso no rosto.


Exclamou Karol:
_ Hein!…


A mãe continuou a brincar:
_ Vá! Enquanto isto eu ligo o ar-condicionado. - sorriu alto e continuou a falar - Assim, o quarto ficará fresquinho. - disse rindo – Filha você não sentirá mais “calor” e dormirá direitinho.

-
Karol aquiesceu:
_ Está bem, mãe


Karol ainda tinha a voz trêmula, tentando se vestir e se recompor das sensações vividas, debaixo do lençol, a fim de que sua mãe não percebesse o que estava realmente acontecendo, ali.


Ela esperou sua mãe virar-se em direção ao ar-condicionado, para sai da cama e ir se banhar.
Indagou a mãe de súbito:
_ ETA! Que desassossego é esse, menina?!


Dona Rita disse:
_Filha! Não esquece que a noite você tem um compromisso inadiável. Ou, será que você esqueceu-se do seu jantar com a Linda Alvarez, hoje à noite? - com um leve tom de ironia, disse - Aliás, como ela é educada.

 A repórter respondeu:
_Mãe! Eu não me esqueci. Sabe, a Linda é uma mulher encantadora. – gritou Karol do banheiro, já se despindo.

Karol olhou-se no espelho, passeou a mão pelo corpo, ostentando um sorriso irônico, murmurou:
_ Ela não sabe o que a espera.


Sem ouvir o que a filha tinha acabado de murmurar, a mãe continuou a brincar:
_ Filha! Vou preparar um chá, para tomarmos. (sorriu) Pode deixar, o seu será de camomila, para acalmá-la. (já se encaminhando para a cozinha)


Karol respondeu:
_ Não precisa mãe!


A mãe sorriu e disse:
_ Está bem! (riso)


A mãe retrucou no mesmo tom:
_ Claro que é preciso, olha o seu estado filha. (soltou um risinho, demonstrando que ela tinha percebido o que de fato acontecera debaixo daquele lençol).


Dona Maria Rita deixou o quarto em direção à cozinha, sorridente. Enquanto isso, no chuveiro, Karol deixou a água escorre pelo seu corpo, relembrando o sonho que tinha tido, minutos atrás.


Karol devaneou que Linda a apanhara na porta do seu apartamento”. Ela estava trajando um macacão discreto, porém sensual, levemente maquiada, apenas realçando a cor dos seus olhos e dos lábios, usava um perfume inebriante.


Linda a cumprimentou, gentilmente abriu a porta do carro para que ela entrasse, fechando-a em seguida com muito cuidado. Quando entravam no carro, elas foram surpreendidas por uma Dona Rita, que entusiasmada acenava para as duas, com um sorriso no rosto, se despedindo e desejando que a noite fosse perfeita.”


Karol recobrou por fração de minuto a razão, soltou uma gargalhada, em seguido voltou a imaginar a cena.


Durante todo o percurso até o restaurante, elas conversavam sobre a viagem de Linda, ou sobre algumas entrevistas de Karol. Linda fingia errar a marcha e passava suavemente a mão em suas pernas, que apenas sorria. Foi assim até chegarem ao restaurante, escolhido a dedo por Linda. O lugar era muito aconchegante e bem reservado. Além, de ficar no meio da mata, a comida servida era divina, mas decidiram comer algo leve, pediram então uma salada verde, com um filé de salmão grelhado e molho de alcaparra, acompanhado de um vinho, escolhido por Linda.
Durante todo o jantar conversaram... Sorriram... Sonharam... Desejaram-se como duas enamoradas se desejam.
O desejo já gritava em seus olhares, quando as duas deixaram o restaurante. No caminho, a vontade de se terem aumentou, mas uma Linda receosa tentava de todas as formas disfarça o seu desejo, aliás, caberia a Karol quebrar a barreira que ainda existia entre elas.
_ Linda! Quero confessar algo!


_ Eu gostaria que essa noite não terminasse assim.


_ Também, não!


_ Então o que estamos esperando? Nós somos duas mulheres livres, resolvidas e desimpedidas. Não devemos nada a ninguém.


_ Verdade! Você tem certeza do que está me propondo?


_ Eu tenho!


Exclamou já passeando a mão pelo corpo de Linda.
_ Linda mudou o curso do rio que estavam navegando. Agora elas rumavam para um ancoradouro a fim de realizar o que desejavam.
Ao chegarem ao motel, Linda escolheu uma suíte de luxo, quando entraram ficaram encantadas: velas espalhadas por todo o quarto, a banheira preparada com sais de banho, duas taças e champanhe. Na cama, pétalas de rosas espalhada sobre ela.
Quando a porta se fechou atrás delas, entre quatro paredes protegidas de tudo e de todos, elas atracaram naquele porto, os seus corpos. Uma buscou os lábios da outra, beijando-se intensamente suas línguas agiam como se elas quisessem descobrir os seus segredos mais secretos.
Elas queriam o contato de seus corpos nus, então se despiram... Uma tirando cada peça de roupa da outra.
Nuas, uma de frente para a outra... Os olhos de uma passeavam no corpo desejado da outra... Suas respirações antes descompassadas ora compassadas e profundas.
Karol sentiu que Linda ainda estava tensa, então a deitou de barriga para baixo e começou a massageá-la com movimentos longos e suaves.
Linda deixou que as mãos ávidas de Karol passeassem por suas costas, ombros e pescoço até os pés. Cada qual vivenciando suas sensações ao tocarem o corpo da outra. Aquele que tanto desejara. Naquele momento, nada, ninguém ficaria entre elas, nem mesmo Bruna..
Karol então passou a massageá-la com os seios, boca e cabelo, presenteando Linda com alguns beijos e leves mordida. Quando elas estavam chegando ao êxtase...


Naquela deliciosa fração de minuto, para o seu desespero, sua mãe a chamou. Ainda imaginou ser apenas uma brincadeira do seu Eu, mas era verdade... Ela a despertava justamente na melhor parte do seu sonho: O ORGASMO.
Sonho esse, que para Karol foi real e maravilhoso. Já para a sua mãe “apenas” um desassossego (ledo engano, sua mãe sabia o que de fato aconteceu, ali). Ela ainda permaneceu de baixo do lençol, de olhos fechados, quieta, por segundos, na vã tentativa de chegar ao êxtase, sem que a mãe percebesse, mas diante da persistência da mãe em chamá-la, não teve outro jeito a não ser despertar.
As paredes do box testemunharam o final do seu desvario. Extasiada terminou aquele delicioso e libidinoso banho possuindo-se.
Quando voltou ao quarto, agora fresquinho, estava certa de que se no jantar tal clima existisse, o que acabara de vivenciar não seria apenas um devaneio... Seria realidade.
Ai! Não seria mais uma excitação solitária e sim o êxtase total... A entrega... ela e Karol seriam uma só alma... “Um só querer.”
O que ela mais desejava era ser e “ter” Linda para sempre, ou por apenas uma noite…

Em outro bairro, algumas cenas dessa estória eram encenadas. Elas eram as que verdadeiramente navegavam de encontro a um ancoradouro. Linda e Luana contavam os minutos para atracarem seus corpos um no outro e encontrarem a tão almejada paz.
O desejo de Linda possuir de novo a mulher que a fez perder o juízo e que a realizou. Aquela que entrou em sua vida de forma avassaladora era tamanha.
Já na garagem, ainda dentro do carro, sem que elas se importassem com nada, ninguém... Desejosas por se terem, trocaram alguns beijos, carícias, juraram que seriam felizes.
Também, juraram que teriam uma conversar franca quando chegassem ao apartamento, mas no íntimo elas duvidavam se conseguiriam cumprir tal juramento.

Enquanto isso, Karol em seu apartamento, depois de beber o tal chá oferecido por sua mãe, finalmente conseguiu dormi o verdadeiro sono dos justos. Sono esse, que Bruna não conseguiu ter. Talvez se ela estivesse enlaçada nos braços de Luciana, ela conseguisse dormi.
Até porque era Luciana quem povoava a sua alma! O seu pensamento! O seu querer! Nas vezes que Linda os povoava algumas lágrimas teimavam em rolar do seu rosto.
Mesmo ela estando em São Paulo, mantendo o relacionamento em sigilo com Bruna. Ela por vezes sentia vontade de jogar tudo para o alto, pegar um avião e correr para os braços de Bruna.


Já Karol dormiu aquela noite sonhando com Linda, devaneando como seria “proveitoso” o jantar delas. Enquanto Linda e Luana contavam as frações de minutos que voltariam a sentir e vivenciar o que horas atrás viveram... A verdade era que elas queriam descobrir se tudo aquilo que viveram era tão real, como os seus corações gritavam.


Cinco mulheres... Cinco destinos... O tempo... O amor.


TEMPO E O AMOR
POR BTSE

O que fazer com esse tempo.
Se ele ainda teima em não passar
Em minha alma.

Continuo sonhando acordada
Com o meu amor a sorrir para mim.

Se ainda recordo no silêncio da noite
A vontade de lhe possuir.

Se o meu corpo ainda reage
Quando nele penso.

Ao caminhar na rua
Procura em cada olhar o teu rosto.

Se em cada sorriso que ouso
É o dele que eu escuto.


AS MARGENS DO RIO QUE SÃO OS SEUS OLHOS, EU SENTEI E CHOREI”.
ROMANCE 02.0002.0024 - Reeditado 14/09/15
Lei de Direito Autoral nº 9610/98
Notas finais:
-> Para você meu Mar...
                    
->  Lê e Lia meu mui obrigado por terem me incentivado no início.  



Ciente que:
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