Naquele
momento da história eram cinco mulheres, cinco destinos, tentando de
todas as formas, combinarem as circunstâncias e os acontecimentos
para que elas influenciassem positivamente em suas vidas.
EU ESTOU PENSANDO EM VOCÊ
Verdade
seja dita os últimos meses de Bruna não foram os melhores, ela
vivera acontecimentos, os quais mantém segredado em sua alma, que
abalaram a tua vida, consequentemente o seu casamento. Antes, deles
surgirem ela sonhava em ser feliz, mas o preço que está a pagar
fora tão alto, que modificou o seu estado emocional.
Para
muitos o seu comportamento soava como arrogância, narcisismo e
vaidade ao extremo, mas, na realidade, tais comportamentos poderão
ser de fuga, um disfarce de algo tão nefasto que estava a viver,
cujas consequências não só afetara a sua vida, como de todos que a
rodeavam.
No
início eles não passavam de meros expectadores de seus atos quer
fossem eles tresloucados ou não, mas por vezes sem que eles
soubessem coadjuvavam em alguns acontecimentos. O pior, que talvez
ela sequer precisasse tão quão acentuados eles eram.
O
que resultou no sofrimento, que a levou naufragar na maré do
abandono, cujas águas, a da solidão, os seus olhos estavam a
margear. Até que os de Antônio (o fã), o farol a assinalar ao
longe, na noite escura que sua alma estava a atravessar, a presença
de um porto seguro, no qual ela pudesse atracar: Luciana. O acaso
tinha-o escolhido para ser o faroleiro encarregado a assinalar aquela
paragem ou o ancoradouro, por isso a precisão de suas decisões, a
fim de que ela submergisse naquelas águas revoltas.
Mas
naquele momento Bruna estava a atravessar sua dor, como se ela
tivesse que navegar aquelas águas revoltas, nas quais vivenciaria as
lembranças vivas em seu inconsciente de tudo que a fizeram de alguma
forma refém das consequências de seus atos.
Na
verdade Antônio fez-se presente em sua vida, exercendo sua árdua
função de faroleiro, mesmo depois de tê-lo exercido com maestria
do saguão de desembargue até o apartamento de Bruna. Nesse ínterim
guiou-a sobre forte nevoeiro, por certo causado não só pelas
incertezas, também pelas certezas que pairavam sobre ela. Mesmo
certa de que ao ser deixada por ele em frente à portaria do prédio
os seus olhos margeariam águas tão revoltas, que naquele trecho as
tornaram, inavegáveis. Ele compadecido ao vê-la naquele estado
emocional disse:
_
Bruna! Desculpas, eu não sei se posso chamá-la assim, com tamanha
intimidade (sorriu timidamente). Bem, aqui está o meu cartão
(suspirou). O que você precisar eu estarei pronta para ajudá-la
(sorriu). Até mesmo, como ombro amigo, caso dele você necessite.
Ao
ouvi-lo a atriz respirou fundo, talvez ela estivesse a buscar o resto
de força que tinha restado e o agradeceu:
_
É evidente que podes, aliás, eu serei grata a você, pelo resto de
minha vida.
Depois
de agradecê-la esboçou um sorriso tão terno, mesmo estando os seus
olhos orvalhados de lágrimas, e deu continuidade à fala:
_
Meu amigo! (suspirou) Se for preciso, eu o incomodarei.
O
rapaz sorriu e disse:
_
Bruna! (sorriu) Pode contar comigo para que o der e vier.
Bruna
sorriu, agradeceu-o e quando foi pagar a corrida ao taxista, ele a
impediu:
_
Obrigado! Por favor, quanto é a corrida…
Antônio
não deixou que ela terminasse tal pergunta e disse:
_
Nem pensar! Eu pago, por favor.
A
atriz sorriu, desceu do carro, mas antes de fechar a porta, disse:
_
Obrigado! Siga em paz.
Ainda
enternecido, ele fitou os seus olhos, suspirou e despediu-se:
_
Muita luz!
Bruna
fechou a porta do carro, os seus olhos estavam orvalhados de
lágrimas, certamente por ser sabedora de que a partir daquele
momento ela enfrentaria sozinha todas as suas aflições. Como
também, o nevoeiro de incertezas e certezas que pairavam sobre ela,
que se transformara em um vendaval de sensações. E ao sentir-se
sozinha, a mágoa (as lágrimas) represada em seu coração,
transbordará em sua alma de uma forma abrupta que a arrastou para
dentro daquelas águas, a fazendo sofrer um revés na sensação de
companheirismo que estava a viver com Antônio, até atracar no porto
seguro desejado; Luciana.
E
nesse ínterim, quando a solidão lhe fazia sentir sufocação pensou
até importunar o fã, que para ela naquele momento em diante mais
parecia um anjo transfigurado em homem, que tinha vindo a este plano,
para protegê-la, principalmente dos repórteres e paparazzi ávidos
por notícias. Mas em especial, de Karol há tempos sua desafeta, a
quem, aliás, atribuiu a autoria daquele furdunço, melhor dizendo,
quem os arregimentou, para que eles estivessem naquele lugar
espezinhando-a.
Intento
conseguido, ainda que ela estivesse acostumada com todo aquele
furdunço e a desfaçatez de sua desafeta Karol, a qual, aliás, para
muitos tratava ser uma candura de pessoa, mas, na verdade, talvez
ela, ou mais um ou dois dos ali presentes eram conhecedores do grau
de sua desfaçatez. Inclusive, poderia ser ela uma das causadoras de
parte de sua angústia, que a trancafiara em seu apartamento, cela na
qual cumpria a sua pena, desvestir-se da fantasia, que há tempos
tinha vestido como disfarce, de seus atos e de suas decisões
impensadas e recobrar o rumo de sua história.
E
que por vezes, eles voltavam em flashes, como se esses fizessem parte
de uma história escrita na lousa da vida, a qual, diga-se de
passagem, era a sua, que ao capitulá-la em suas lembranças
constatou que em muitas destas fora forçada a escrevê-las contando
em suas entrelinhas as suas verdades. Talvez, pelo fato de escrito
sob o jugo do medo, da vileza de outrem, submissa a tirania de alguém
ou do teu próprio eu, os quais, aliás a fizeram tornar-se uma
condenada ao isolamento.
Cumprido,
no apartamento adquirido quando em época da primeira vez que se
separou de Linda, no qual, após, a reconciliação os seus pais
passaram a morar e que, na ocasião, lhe serviu de algoz, tornando-a
refém daquela dor. Mas, ao mesmo tempo, também lhe serviu de
confessor dos seus pecados, dos seus medos e receios, os quais há
tempo mantinham segredados.
O
SILÊNCIO
Sozinha
Bruna traz à consciência recordações represadas, uma catarse, a
libertação de sua alma das suas cruéis consequências. Por isso,
estava a deixar o porta-voz de seu algoz(a sua alma) penitenciar-se,
para sua própria remissão.
Buscando
como refrigério, nos momentos em que a dor fosse maior do que a
suportável o apoio de seus pais. Os quais, aliás, também tinham
sido vitimados por seus atos inconsequentes e que, a época, mesmo
que eles as apoiassem na reconciliação, mantiveram intactos o seu
quarto, pois, eles perceberam quão era tão instável aquela união.
Como
eles estavam certos, a filha voltou ao apartamento em definitivo,
como se na vida possa existir alguma definibilidade. Haja vista,
aliás, o tempo que passara ali no decorrer da primeira separação,
o que diferia daquela ocasião, era que se encontrava de fato sem
rumo, sem um ancoradouro para atracar a sua dor, o seu corpo, a sua
alma, todos marcados, como tatuagens, pelo sofrimento advindo dos
seus atos tresloucados ou não.
Inobstante
ter sido sua alma penitenciada, a viver em um profundo silêncio, o
efeito da refração dos momentos vividos em São Paulo, fez aparecer
no espelho d'água do rio, que os seus olhos estavam a margear, a
imagem de Luciana como miragem. Verdade seja dita, entre as duas
mulheres com quem ela tinha experimentado o ménage à trois fora
Luciana quem a maravilhara, aliás, encantamento aconteceu desde que
elas se entreolharam pela primeira vez, na porta do estúdio de
televisão em São Paulo.
O
destino confiara a Luciana, o papel de coadjuvante nos capítulos a
seguir no livro da vida da atriz, Bruna sentiu em seu íntimo, que
seria ela a única pessoa quem o seu eu queria como o ancoradouro, no
qual pudesse se cuidar e ser cuidada dos sofrimentos que lhe abatera.
Como
tinha recebido do seu fã, do saguão de desembargue até atracar no
apartamento, onde vivenciara as sensações de ser uma desabrigada da
inundação consequente da maré do abandono até que ela encontrasse
as respostas para os seus porquês. E por não desejar que os seus
olhos deixassem de margear águas tão negras e tão profundas, em
razão de seus atos tão desregrados deixou que a voz e a imagem de
Luciana sobrepusessem ao silêncio e as paredes brancas do seu
apartamento, desejando que ela tornasse real a miragem do porto
seguro, para enfim ancorar.
Emergindo
assim, da profundeza do seu eu fortalecida, como uma Fênix renascida
das cinzas, no seu caso pelo amor. E, verdade seja dita, se isso
fosse possível, em razão do seu egocentrismo, o seu ressurgimento
em função de si mesma, através de um processo angustiante e
devastador, para comedir suas atitudes e passar a pensar naqueles que
a rodeiam.
Foi
assim, que Bruna chegou ao apartamento e dali só saiu, quando abriu
a porta para a felicidade, fazendo com que Luciana de ser uma
miragem, para ser a sua mais linda realidade. A qual, aliás, das
duas outras protagonistas daquela recente experiência (ménage)
somente ela a apoiara. E, com quem na noite escura (durante a
madrugada), começara a manter em sigilo, nem mesmo os seus pais
sabiam, desse estreitado laço de afetividade.
Ao
contrário da outra protagonista, depois de ter ido embora enquanto
ela e Luciana dormiam sem deixar notícia. E, aliás, quando tiveram
foram as piores possíveis, por isso elas repudiaram qualquer tipo de
estreitamento de amizade. O que divergia do estreitamento de
afetividade, que as duas passaram a manter, depois de uma ouvir a voz
da outra, naquela madrugada. Ainda que, tinha sido algumas palavras
trocadas, em razão do adiantado da hora e de Luciana ter compromisso
pela manhã, fora suficiente para vivenciarem um turbilhão de
emoções.
Em
São Paulo, uma Luciana aflita com o que acabara de ler em um site de
entretenimento, a notícia e imagens do acontecido no aeroporto do
Rio, sentiu a necessidade, em saber como ela estava:
_
Aló, Bruna?!
A
atriz respondeu do outro lado da linha, vivenciando as mesmas
sensações de quando a vira pela primeira vez:
_
Olá, Luciana!
Por
sua vez, também vivenciara as mesmas sensações quando ouviu a voz
de Linda, ao telefone, quando a convidou para participar do programa,
do qual trabalhava, enternecida com a voz rouca da atriz, disse:
_
Desculpe o adiantado da hora, mas o meu dia, também não fora tão
fácil, como o seu! (silêncio). Mas, creio tudo entrará no eixo.
Bruna
suspirou e disse:
_
Oxalá!
Ao
ouvi-la Luciana falou:
_
Bruna, o que você precisar de mim. (suspirou)
Certamente,
quis primeiro exprimir por meios de suspiros, o que estava a falar:
_
Eu estarei aqui para ajudá-la, pois, também sou protagonista
daquela, que fora, mesmo que as consequências tenham trazido alguns
arranhões em minha conduta, aos olhos de parte da sociedade em que
vivemos para mim indescritível.
SILÊNCIO
O
que
acabara de ouvir, lhe serviu como um refrigério, como também, o
raio de luz que a fez enxergar o farol, que a conduzira ao
ancoradouro, por ela tão desejado. E com os olhos orvalhados de
lágrimas e a voz embargada disse:
_
Obrigada! Nossa, eu estava certa, quando a vi pela primeira vez, a
porta do estúdio, tive a impressão de estar diante de um ser muito
especial.
Ao
dizer isso, as duas silenciaram, pois, sem que soubessem tinha
partilhado da mesma impressão, nesse momento, descobriram o motivo
de que tinham aceitado o convite de se experimentarem sexualmente. O
erro, em razão do álcool e do desejo insano, para vivenciarem
aquela experiência, foi deixar Ariane participar, pois, o que ela
vislumbrara com tal experiência, era usá-lo como trampolim para ter
o seu nome veiculado na mídia. Tanto que, a utilizou no primeiro
momento, que tinha deixado aquele hotel de luxo, mas no minuto
seguinte, ao constatarem a sua real intenção, trataram de
silenciarem quanto a sua participação, a deixando em total
ostracismo.
O
que, ao contrário, era visível no olhar de Luciana, que ela o tinha
vivenciado, por estar enamorada por Bruna, por isso e a sua própria
índole, a qual não divergia em nada com a da sua antiga companheira
Linda, não se utilizara o que vivenciara para se promover. O que,
aumentou o respeito e a admiração dos diretores do programa em que
trabalhava.
Lisura,
aliás, que fez iniciar uma tratativa de apresentar um quatro no
programa, no qual trabalhava. E, por sua exigência só entraria no
ar, quando não houvesse mais nenhum vestígio do escândalo, que
estava a vivenciar.
O
que também fez Bruna admirá-la, mesmo sendo protagonista daquele
escândalo, não o utilizou em benefício próprio e sempre a tratou
com carinho e atenção.
Dois
dias depois de sua chegada ao Rio, Bruna e Luciana mantiveram
contato, por telefone, quando resolveram manter sigilo do que estavam
vivendo, até que toda aquela situação que se encontravam
abrandasse.
Luciana
tentava dar o máximo o apoio a Bruna, mas o que a vontade que às
vezes tinha era de estar ao seu lado, colocá-la em seus braços e
protegê-la de tudo daquilo.
Certa
que Bruna ainda pensava, em Linda, tinha receio de que poderia se
machucar, mas tentaria, já que não via no olhar de sua preterida o
brilho das enamoradas, quando falam de sua amada. O que ela via era
um carinho sincero, mesmo que muito não acreditassem nisso depois de
tudo que elas viveram.
Muitas
vezes, sentia na voz de Bruna um sentimento de remorso pelo que ela
tinha feito Linda passar. O que mais afligia a Luciana era o temor de
que isso acontecesse e as duas, tentasse reconciliar, mesmo que ela
estivesse fadada a não dar certo.
Enquanto
Luciana pensava em Bruna, essa por sua vez navegava em uma maré de
abandono. A outra protagonista (Karol) do enredo da novela tentava
ancorar em outro porto seguro: Linda.
Que
por sua vez vivenciava um turbilhão de emoção nada, ninguém a
demoveria de viver tudo aquilo com Luana….
Bruna
certa que entre ela e Linda não existia mais nenhuma chance, depois
de toda aquela autoanalise lhe serviu para encontrar uma resposta do
porque ter se aventurado naquela experiência sexual e os outros
romances, estando casada com Linda, inclusive, o ménage à trois.
Era porque entre elas não existia mais o companheirismo e a
cumplicidade de quando começaram a se relacionar.
Questionou-se
ser ela a mulher egocêntrica, que todos comentavam especialmente
Karol. Como ela detestava aquela mulher, ou o que ela representava em
sua vida, aliás, há tempos era a pedra do seu caminho. Aquela que
para todos sempre demonstrou estar interessada por Linda.
O
que mais lhe causava espanto era o fato dela achar Karol linda, por
incrível que pareça ela ficava mais bela, quando se irritava, mas
era justamente nessa hora que sua admiração se transformava em
raiva e a tornava uma mulher feia e irritante.
Por
sua vez, Karol a desprezava, mesmo que já houvesse confidenciado a
alguns amigos, que a única coisa que não poderia falar de Bruna,
que ela era feia…. Como sempre dizia: “O que ela tem de bonita,
tem de irritante.”.
Aliás,
Karol naquela noite tentou dormi, mas o que ela conseguiu mesmo foi
sonhar com Linda, até a sua mãe a despertá-la.
Dona
Maria Rita passou pelo quarto da filha, quando estava indo para a
cozinha fazer um chá de camomila que induzisse o sono, já que não
conseguia dormi, quando estranhou o barulho vindo lá de dentro,
preocupada abriu a porta e viu que ela se movimentava e gemia por
debaixo dos lençóis e a chamou.
Karol
não acreditou no que estava acontecendo, ainda tentou fingir que
dormia para demovê-la da intenção de lhe acordar, despertando-a
daquele sonho instigante.
_
Filha, acorda!
Como
não teve jeito, ela tentou acalmar sua respiração, que estava
descompassada, secou com o lençol o suor do rosto e abriu os olhos.
Mais o seu olhar matreiro a condenou, mesmo tentando de todas as
formas despista de sua mãe, o que realmente havia acontecido minutos
atrás, não conseguindo.
Perguntou
a mãe:
_
Karol! Karol! Acorda filha. O que você está sentindo?
Ela
respondeu:
_
Nada mãe! Apenas estou com calor.
Exclamou:
_
Hein!…
Tentou
disfarçar:
_
Hum! Eu me esqueci de ligar o ar-condicionado, mamãe. Senti! Como o
quarto está quente.
Disse
a mãe sorrindo:Nossa! Como você está suada, menina!- exclamou a
mãe- Levante! Vai se banhar. – disse Dª Maria.
Exclamou
a filha:
_
Hum!
Disse
isso, olha para a filha, como se ela estivesse mandando-a tomar
banho, mas escondia um sorriso no rosto.
Exclamou
Karol:
_
Hein!…
A
mãe continuou a brincar:
_
Vá! Enquanto isto eu ligo o ar-condicionado. - sorriu alto e
continuou a falar - Assim, o quarto ficará fresquinho. - disse
rindo – Filha você não sentirá mais “calor” e dormirá
direitinho.
-
Karol
aquiesceu:
_
Está bem, mãe
Karol
ainda tinha a voz trêmula, tentando se vestir e se recompor das
sensações vividas, debaixo do lençol, a fim de que sua mãe não
percebesse o que estava realmente acontecendo, ali.
Ela
esperou sua mãe virar-se em direção ao ar-condicionado, para sai
da cama e ir se banhar.
Indagou
a mãe de súbito:
_
ETA! Que desassossego é esse, menina?!
Dona
Rita disse:
_Filha!
Não esquece que a noite você tem um compromisso inadiável. Ou,
será que você esqueceu-se do seu jantar com a Linda Alvarez, hoje à
noite? - com um leve tom de ironia, disse - Aliás, como
ela é educada.
A
repórter respondeu:
_Mãe!
Eu não me esqueci. Sabe, a Linda é uma mulher encantadora. –
gritou Karol do banheiro, já se despindo.
Karol
olhou-se no espelho, passeou a mão pelo corpo, ostentando um sorriso
irônico, murmurou:
_
Ela não sabe o que a espera.
Sem
ouvir o que a filha tinha acabado de murmurar, a mãe continuou a
brincar:
_
Filha! Vou preparar um chá, para tomarmos. (sorriu) Pode deixar, o
seu será de camomila, para acalmá-la. (já se encaminhando para a
cozinha)
Karol
respondeu:
_
Não precisa mãe!
A
mãe sorriu e disse:
_
Está bem! (riso)
A
mãe retrucou no mesmo tom:
_
Claro que é preciso, olha o seu estado filha. (soltou um risinho,
demonstrando que ela tinha percebido o que de fato acontecera debaixo
daquele lençol).
Dona
Maria Rita deixou o quarto em direção à cozinha, sorridente.
Enquanto isso, no chuveiro, Karol deixou a água escorre pelo seu
corpo, relembrando o sonho que tinha tido, minutos atrás.
“Karol
devaneou que Linda a apanhara na porta do seu apartamento”. Ela
estava trajando um macacão discreto, porém sensual, levemente
maquiada, apenas realçando a cor dos seus olhos e dos lábios, usava
um perfume inebriante.
Linda
a
cumprimentou,
gentilmente abriu a porta do carro para que ela entrasse, fechando-a
em seguida com muito cuidado. Quando entravam no carro, elas foram
surpreendidas por uma Dona Rita, que entusiasmada acenava para as
duas, com um sorriso no rosto, se despedindo e desejando que a noite
fosse perfeita.”
Karol
recobrou por fração de minuto a razão, soltou uma gargalhada, em
seguido voltou a imaginar a cena.
“Durante
todo o percurso até o restaurante, elas conversavam sobre a viagem
de Linda, ou sobre algumas entrevistas de Karol. Linda fingia errar a
marcha e passava suavemente a mão em suas pernas, que apenas sorria.
Foi assim até chegarem ao restaurante, escolhido a dedo por Linda. O
lugar era muito aconchegante e bem reservado. Além, de ficar no meio
da mata, a comida servida era divina, mas decidiram comer algo leve,
pediram então uma salada verde, com um filé de salmão grelhado e
molho de alcaparra, acompanhado de um vinho, escolhido por Linda.
Durante
todo o jantar conversaram... Sorriram... Sonharam... Desejaram-se
como duas enamoradas se desejam.
O
desejo já gritava em seus olhares, quando as duas deixaram o
restaurante.
No
caminho, a vontade de se terem aumentou, mas uma Linda receosa
tentava de todas as formas disfarça o seu desejo, aliás, caberia a
Karol quebrar a barreira que ainda existia entre elas.
_
Linda! Quero confessar algo!
_
Eu gostaria que essa noite não terminasse assim.
_
Também, não!
_
Então o que estamos esperando? Nós somos duas mulheres livres,
resolvidas e desimpedidas. Não devemos nada a ninguém.
_
Verdade! Você tem certeza do que está me propondo?
_
Eu tenho!
Exclamou
já passeando a mão pelo corpo de Linda.
_
Linda mudou o curso do rio que estavam navegando. Agora elas rumavam
para um ancoradouro a fim de realizar o que desejavam.
Ao
chegarem ao motel, Linda escolheu uma suíte de luxo, quando entraram
ficaram encantadas: velas espalhadas por todo o quarto, a banheira
preparada com sais de banho, duas taças e champanhe. Na cama,
pétalas de rosas espalhada sobre ela.
Quando
a porta se fechou atrás delas, entre quatro paredes protegidas de
tudo e de todos, elas atracaram naquele porto, os seus corpos. Uma
buscou os lábios da outra, beijando-se intensamente suas línguas
agiam como se elas quisessem descobrir os seus segredos mais
secretos.
Elas
queriam o contato de seus corpos nus, então se despiram... Uma
tirando cada peça de roupa da outra.
Nuas,
uma de frente para a outra... Os olhos de uma passeavam no corpo
desejado da outra... Suas respirações antes descompassadas ora
compassadas e profundas.
Karol
sentiu que Linda ainda estava tensa, então a deitou de barriga para
baixo e começou a massageá-la com movimentos longos e suaves.
Linda
deixou que as mãos ávidas de Karol passeassem por suas costas,
ombros e pescoço até os pés. Cada qual vivenciando suas sensações
ao tocarem o corpo da outra. Aquele que tanto desejara. Naquele
momento, nada, ninguém ficaria entre elas, nem mesmo Bruna..
Karol
então passou a massageá-la com os seios, boca e cabelo,
presenteando Linda com alguns beijos e leves mordida. Quando elas
estavam chegando ao êxtase...
Naquela
deliciosa fração de minuto, para o seu desespero, sua mãe a
chamou. Ainda imaginou ser apenas uma brincadeira do seu Eu, mas era
verdade... Ela a despertava justamente na melhor parte do seu sonho:
O ORGASMO.
Sonho
esse, que para Karol foi real e maravilhoso. Já para a sua mãe
“apenas” um desassossego (ledo engano, sua mãe sabia o que de
fato aconteceu, ali). Ela ainda permaneceu de baixo do lençol, de
olhos fechados, quieta, por segundos, na vã tentativa de chegar ao
êxtase, sem que a mãe percebesse, mas diante da persistência da
mãe em chamá-la, não teve outro jeito a não ser despertar.
As
paredes do box testemunharam o final do seu desvario. Extasiada
terminou aquele delicioso e libidinoso banho possuindo-se.
Quando
voltou ao quarto, agora fresquinho, estava certa de que se no jantar
tal clima existisse, o que acabara de vivenciar não seria apenas um
devaneio... Seria realidade.
Ai!
Não seria mais uma excitação solitária e sim o êxtase total... A
entrega... ela e Karol seriam uma só alma... “Um só querer.”
O
que ela mais desejava era ser e “ter” Linda para sempre, ou por
apenas uma noite…
Em
outro bairro, algumas cenas dessa estória eram encenadas. Elas eram
as que verdadeiramente navegavam de encontro a um ancoradouro. Linda
e Luana contavam os minutos para atracarem seus corpos um no outro e
encontrarem a tão almejada paz.
O
desejo de Linda possuir de novo a mulher que a fez perder o juízo e
que a realizou. Aquela que entrou em sua vida de forma avassaladora
era tamanha.
Já
na garagem, ainda dentro do carro, sem que elas se importassem com
nada, ninguém... Desejosas por se terem, trocaram alguns beijos,
carícias, juraram que seriam felizes.
Também,
juraram que teriam uma conversar franca quando chegassem ao
apartamento, mas no íntimo elas duvidavam se conseguiriam cumprir
tal juramento.
Enquanto
isso, Karol em seu apartamento, depois de beber o tal chá oferecido
por sua mãe, finalmente conseguiu dormi o verdadeiro sono dos
justos. Sono esse, que Bruna não conseguiu ter. Talvez se ela
estivesse enlaçada nos braços de Luciana, ela conseguisse dormi.
Até
porque era Luciana quem povoava a sua alma! O seu pensamento! O seu
querer! Nas vezes que Linda os povoava algumas lágrimas teimavam em
rolar do seu rosto.
Mesmo
ela estando em São Paulo, mantendo o relacionamento em sigilo com
Bruna. Ela por vezes sentia vontade de jogar tudo para o alto, pegar
um avião e correr para os braços de Bruna.
Já
Karol dormiu aquela noite sonhando com Linda, devaneando como seria
“proveitoso” o jantar delas. Enquanto Linda e Luana contavam as
frações de minutos que voltariam a sentir e vivenciar o que horas
atrás viveram... A verdade era que elas queriam descobrir se tudo
aquilo que viveram era tão real, como os seus corações gritavam.
Cinco
mulheres...
Cinco destinos...
O tempo...
O
amor.
TEMPO
E O AMOR
POR
BTSE
O
que fazer com esse tempo.
Se
ele ainda
teima
em não passar
Em
minha alma.
Continuo
sonhando acordada
Com
o meu amor a sorrir para mim.
Se
ainda
recordo no
silêncio da noite
A
vontade de lhe possuir.
Se
o meu corpo ainda
reage
Quando
nele penso.
Ao
caminhar
na rua
Procura
em cada olhar o teu
rosto.
Se
em cada sorriso que ouso
É
o dele que eu escuto.
“AS
MARGENS DO RIO QUE SÃO OS SEUS OLHOS, EU SENTEI E CHOREI”.
ROMANCE
02.0002.0024 - Reeditado 14/09/15
Lei
de Direito Autoral nº 9610/98
Notas
finais:
->
Para você meu Mar...
->
Lê e Lia meu mui obrigado por terem me incentivado no início.
Ciente
que:
*
Não autorizo a reprodução (publicação) do todo ou de parte do
texto ou do poema acima, em qualquer tipo de mídia quer expressa,
falada ou digital, inclusive por PDF ou download sem o meu
consentimento;
*
Não autorizo que o texto ou o poema acima sofra qualquer tipo de
adaptação, quer em língua portuguesa quer em estrangeira.
*
A imagem inclusa na postagem é de minha autoridade. Por favor, ao
copiá-la referir à fonte.
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