segunda-feira, 21 de outubro de 2013

CAPÍTULO 02 – ASSINADO EU (O FIM!).


Cada um tem a obrigação de saber seguir em frente, seja lá qual for à direção. Linda estava decidida a seguir, como na música Assinado Eu da Tiê.



O FIM!

  Lembrança do primeiro rompimento (Linda e Bruna) 

"Descobrir a insuportável e delicada memória que teve um fim, não um final feliz. Ainda que a dor arrebente, ainda é melhor assim." (Fabrício Carpinejar)
A forma como Bruna lhe pedira um “tempo” fizera vivenciar um turbilhão de emoções tão desgastantes, que por vezes fizeram-na acreditar que não seria capaz de suportar tamanha dor. Mas ao mesmo tempo de que vivenciava a sensação de estar dentro de um redemoinho de conflitos e dúvidas, era tomada por uma certeza, a de que o seu casamento tinha chegado ao fim.
Mesmo se ainda existissem alguns sentimentos envolvidos entre elas ou de sua parte, não iria mais implorar o amor e a companhia de quem já não lhe queria mais. E se Bruna implorasse uma reconciliação, ela não a daria. Verdade seja dita, o peso de uma rotina de incertezas, de divergência em pensamentos, sonhos e opiniões tinha chegado ao seu ápice.
Principalmente, o não cumprimento por parte da esposa das promessas feitas quando da primeira reconciliação, bem como do seu egocentrismo, em preocupar-se apenas ou maioritariamente com os seus assuntos ou agindo em função de si mesma.
Como era de costume, ela era a autora e a atriz protagonista, mesmo quando não estava a atuar profissionalmente, tudo girava em função de si mesma, em detrimento de outrem (Linda). Haja vista ter aceitado o convite de participar de um programa de televisão em São Paulo, horas antes da viagem de reconciliação (como se fosse uma nova lua de mel), que há meses vinham idealizando, sem sequer lhe ter participado do convite e da confirmação de sua participação.
A dor causada pelos atos, demasiadamente egocêntrico de Bruna era tamanha ao ponto de trazer a baila os motivos da primeira separação por vezes o silêncio gritante entre elas, as mentiras e os atos tresloucados da esposa, as brigas por motivos bobos e sem sentidos. O pior que a maioria destas era porque as suas falas, vontades ou caprichos não eram realizados ou colocados em primeiro lugar. Vale dizer que tudo o que fora por ela prometido na reconciliação começou a ser descumpridos dias após reconciliarem.
Culminando com a desfaçatez que ela tinha tido ao ir para São Paulo, deixando para trás, até aquele momento, a viagem que estavam prestes a realizar.
O que a fez lembrar-se da última chance que a tinha dado meses atrás, por isso não suportaria viver na falsa esperança de uma vida a dois, baldada em promessas que serão por ela imediatamente descumpridas.
No minuto seguinte lembrara-se da noite, em que se reconciliaram, isto é, a última tentativa em salvar um casamento, já desgastado. De posse das chaves do apartamento resolvera ela mesmo preparar um “jantar” de reconciliação.
Para isso, espalhou pelo apartamento pétalas de rosas vermelhas, em cada cômodo colocara arranjos flores entre elas ageratos (ageratum), ciclames, gérberas, em cada qual um cartão, que ao juntá-los formava a frase: VOLTA PRA MIM.
No banheiro, espalhara velas decorativas, arranjos de rosas vermelhas, a banheira preparada com sais de banho e pétalas de rosas, champanhe e duas taças e dois roupões vermelhos.
No quarto espalhou velas, arranjos de flores, sobre lençol de seda fina e macia com bainha feita à mão, um buquê de mini rosas como prova do seu amor e a esperança depositada naquela reconciliação.
Verdade seja dita, o jantar era o que menos a preocupava, em razão do adiantado da hora serviu após horas de intenso prazer, quase o café da manhã, uma salada light e um filé de frango grelhado.
A propósito, depois de certificar que estava tudo a contento, tirou da valise uma camisola sexy, banhou-se, perfumou-se, fez uma maquiagem básica e foi para sala esperá-la.
Ao chegar diante de todo aquele encantamento, principalmente da bela mulher que a esperava indagou-a:
_ Bruna o que você está fazendo aqui?

Na verdade usou a pergunta para disfarçar o quanto aquela surpresa a encantara, mas ao ver a mulher, como uma deusa grega, trajando uma camisola sexy, que deixara desnudo praticamente o seu corpo, entregou a tais encantos.

Ao ver que a esposa estava cedendo ao seu pedido de desculpas e reconciliação disse: 
Li desculpa?

Aliás, Linda só conseguiu dizer uma palavra Bruna a tomou em seus braços e a beijou com ardor, ria responder 
Bru, eu te perd…

Surpreendida Linda não manifesta nenhuma reação, apenas se entrega aquele beijo, depois a surpreende mais uma vez e disse ao seu ouvido:
_ Gostou!

Bruna sorriu, beijou a sua nuca, se afastou para que ela a admirasse-a e continuou a falar ao ouvido:
_ Esta é a minha maneira de lhe pedir desculpas. 

Fitando os seus olhos, caminhou em sua direção, os quais, aliás, não se desviaram dos de Linda, que por sua vez a cada passo da amada cedia ao seu jogo de sedução. 

Diga-se de passagem, a translucidez da camisola a meia luz, que deixava marcada as curvas do seu corpo, no rosto um ar de maquiagem, que realçavam os seus olhos e os lábios, no qual aplicara um batom de tom carmim.
Aproximou-se a tomou em seus braços, lhe deu um beijo sutil, acarinhou sua nuca, piscou pegou a sua mão e quando a conduzia para a sala de jantar, Linda mudou o trajeto em direção ao banheiro.
As roupas foram sendo lançadas ao chão pelo caminho, se banharam e amaram-se na banheira por inúmeras vezes, contrariando a intenção da esposa (Bruna) em ser a sobremesa de aquele jantar, Linda a degustou como o aperitivo, daquele jantar. E inebriadas pelo momento e a champagne fizeram do quarto confessor daquela reconciliação.

 

O RETORNO

Foi assim, enfeitiçada pelos encantos de Bruna que Linda não hesitou em aceitá-la, ou melhor, em dar a chance que a esposa tinha-lhe pedido, aliás, fora esta a última dada.
Como sempre, dias depois elas discutiram, por um motivo bobo e sem sentido, não fugindo do que lhe era costumeiro, era de Linda a culpa pela instabilidade conjugal. Mas, na verdade as desavenças do casal eram causadas pelos compromissos de ambas.
No calor da discussão Bruna sempre impelia a culpa exclusivamente a Linda, dando como desculpa que os compromissos com as turnês dentro e fora do país, às impediam de passarem mais tempos juntas.
Aliás, como todos os casamentos, no início tudo eram flores, mas com o passar dos anos as desavenças apareceram e foram aumentando, tornando insuportável a convivência do casal.
Em casa, Bruna reclamava o tempo todo do excesso de shows de Linda, essa por sua vez, reclamava dos meses e meses que a outra passava enfurnada num estúdio de televisão gravando.
No entanto, quando questionada, por terceiros, ela dizia que as desavenças do casal originavam-se no conflito de agendas.

A VIAGEM DE RECONCILIAÇÃO

Quando da última reconciliação, depois de horas de intenso prazer, elas resolveram viajar, na tentativa de salvarem o casamento, como se aquela viagem, que não acontecera, fosse salvá-lo.
À época, elas pareciam duas adolescentes namorando e planejando a primeira viagem juntas.
Divergiam por tudo com relação à viagem, quando estavam de acordo riam alegremente, mas quando discordavam ficavam vários dias sem se falar.
Entretanto, por ser ela a última tentativa do casal, embora inútil, de manterem o casamento, estavam a apostar suas últimas fichas naquela viajem. Isto é, a última chance de continuarem a ser um casal.
Decidiram contar a todos, aos seus familiares, seus amigos, seus fãs e imprensa que partiriam em uma viagem, num “reviver” da lua de mel. Desde então as duas começaram a prepará-la, mas nos dois últimos meses, Bruna fizera uma participação de sucesso em uma novela das oito, o que tomou todo seu tempo e energia.
Coube a Linda, com a ajuda do seu escritório, finalizar os preparativos da viagem, o que a assoberbou, mas era Bruna quem decidia o que elas fariam na decorrer da viagem.
Uma semana antes, gravações encerradas, shows remarcados, confirmada as reservas que elas tinham feito. Mas, na verdade, quase todos os detalhes da viagem, foram escolhidos conforme a vontade de Bruna: diárias num Resort de Costão de Santinho – Florianópolis, conhecido por ser frequentado por celebridades, empresários, político; passeios para casais em lua de mel, restaurantes e etc.

Linda só percebeu qual era a real intenção de Bruna, com a viagem, ao folhear uma revista de famosos, em um salão de cabeleireiro e pode ver as semelhanças nas escolhas de sua “lua de mel”, com as de outras celebridades.
 Certamente a intenção de Bruna fosse que à lua de mel do casal virasse noticia, ou melhor, capa de alguma revista. Por sua vez Linda desejava que a viagem fosse para um lugar mais reservado, em um hotel localizado numa ilha próxima à costa carioca, mas fazer o que, mais uma vez ela cedia aos desejos da amada que, por sua vez, em nenhum momento cedera às escolhas de Linda à época.


UM DIA ANTES DA VIAGEM

Bruna estava sozinha em casa, quando recebeu um convite, aliás, uma oportunidade imperdível, participar de um programa de televisão, a ser exibido ao vivo e em horário nobre, mas ela teria que ir até o estúdio da emissora em São Paulo para gravação. Fato que não lhe pareceu incômodo algum, tendo aceitado prontamente.

O CONVITE

Bruna escolheu o figurino, que colocou em uma valise de mão, reservou a passagem aérea e duas horas depois estava a caminho de São Paulo. Tudo isso, sem ter ao menos contado a Linda, que finalizava seus últimos compromissos antes da viagem.
Linda só soubera da viagem de Bruna e do programa, quando ao chegar a casa, ligou a TV e assistiu a propaganda anunciando a presença da amada, no tal programa.
Imaginou que, por certo, a esposa havia sido convidada de última hora e saíra às pressas sem ter tempo de avisá-la.  

 A sensação de solidão (o ódio) 

 

Aquela noite Linda esperou que Bruna retornasse de São Paulo ou entrasse em contato, horas depois da retransmissão do programa, temerosa tentou manter contato com a esposa, através do celular, mas não logrou êxito.

O temor de que algo muito grave tivesse acontecido com a esposa, um acidente de trânsito, um sequestro relâmpago ou outra coisa qualquer, aumentava à medida que as ligações caiam na caixa postal.
Amanheceu, sem que Bruna tivesse mantido contato, nem ao menos para explicar-se o porquê não ter retornado aquela noite. Ou sequer, para se justificar o porquê não ter ligado para ela, desde o momento em que chegara a São Paulo.
Eram tantos os questionamentos, bem como o medo de que ela tinha sofrido algo muito grave, que a impeliu de buscar notícias com o assessor de imprensa da esposa, chegando ao ponto de ligar para alguns de seus amigos.
Surpreendeu-se ao saber que esses nada sabiam de sua estada em São Paulo, uma vez que o convite da emissora ocorrera diretamente a Bruna.
Aborrecida com o que estava acontecendo resolvera distrair-se, até mesmo para quebrar o silêncio que imperava naquele apartamento e que a incomodava, ligou o notebook resolveu então zapear na internet.
Qual foi a surpresa ao ver um vídeo e fotos exibidas em alguns sites mostrando cenas de Bruna Sednem, na noite anterior, numa balada GLS em São Paulo.
Linda carregaria vida afora as marcas desse amor, de luto e de espera, como na música de Ângela Ro Ro – Compasso. 

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Comente a sua opinião é muito importante.

“AS MARGENS DO RIO QUE SÃO OS SEUS OLHOS, EU SENTEI E CHOREI”
ROMANCE 02.0002.002 - Reeditado 09/10/14 
Lei de Direito Autoral nº 9610/98
Notas finais:  
-> Para você meu Mar...               
->  Lê e Lia meu muito obrigado por terem me incentivado no  início.  
-> Gilda Lopes muito obrigado. 
-> Obrigada Karla Brito e Rosana por carinhosamente terem comentado o capítulo 01.

Ciente que:
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2 comentários:

  1. Nossa... Muito inconsequente essa Bruna!

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  2. Olá Rosana!

    Inconsequente é pouco. Ou será fruto do meio em que viveu?

    Muito obrigada. Um beijo carinhoso no seu coração.

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