domingo, 9 de março de 2014

CAPÍTULO 04 – A CULPA (EGOCENTRISMO, A PARTE). .

Será que o casamento de Linda rompeu-se em razão das voltas do mundo ou por causa de uma nova paixão. Como na música “A Culpa”, de Os Varandistas (Composição: Letra: Fred Sommer/ Música: Aureo Gandur).

 

EGOCENTRISMO, A PARTE 

UM FOLHETIM 


Linda sentiu-se parte de um folhetim barato, em uma cena de traição, na qual a atriz principal descobriu que havia sido traída pelo mocinho da história. As feições do rosto diziam o quanto aquele e-mail lhe tirou o chão, certamente ela estava tão perdida com a mocinha do folhetim. 

Elas exprimiam a amargura que tomou conta de sua alma, a venda que a impedia de ver o egoísmo de Bruna havia sido arrancada dos seus olhos. Por vezes, achou que se tratara de mais uma notícia plantada por um paparazzo, até ler aquele maldito e-mail. Tudo era tão surreal, que por vezes se recusou em acreditar que aquela era a verdadeira índole da mulher que tanto amou.

Na verdade, ela teve a sensação de vivenciar um pesadelo horrível, a angústia tinha vindo acompanhada de uma tristeza, que rasgara a pele e expôs o seu coração dilacerado.

O que mais a entristeceu foi o egocentrismo de Bruna, se preocupou e agiu em função de si mesmo, fora egocêntrica quando do escândalo, sem pensar nela, deixando viver um silêncio angustiador e horas depois ao dar notícias, silenciou-se apenas lhe pedira um tempo. 


A tristeza 

Nada, ninguém demoveria a tristeza, o silêncio que assombrava a sua alma e os porquês continuaram a afligi-la.
“Onde foi que nos perdemos?”
“Será que foi tudo mentira?”
Os serás e os porquês borbulhavam em sua alma, por fração de segundo lembrou-se de que dias atrás elas estavam tratando dos últimos preparativos da segunda viagem de lua de mel, mais um por quê se ecoou pelo apartamento.

Gritou Linda para as paredes.
_ O por quê tinha agido daquela forma?


Mais alguns minutos de um silêncio angustiador, seus olhos se banharam de lágrimas após desvendarem-se e ver que aquele casal não existe mais, ou nunca existiu.

De fato para Linda elas eram um casal fazendo os últimos preparativos para viagem. Como duas mulheres… Duas amantes que pareciam estar completamente felizes, contando as horas, os minutos, os segundos para elas se entregarem a luxúria, ao querer, ao “amor”.

O pior que das duas, era a Bruna a mais entusiasmada com a viagem, mas lamentavelmente aquele “casal” não existia mais. Certamente a estratagema de Bruna ao enviar aquele e-mail pedindo um tempo, um subterfúgio para não explicar todo aquele escândalo.

Por hora a voz da cantora desafinou talvez a guitarra da vida tivesse mudado o tom, o show acabara sem aplausos, o estádio emudecido.





Linda buscou respostas em seu eu, mas os porquês continuaram atormentá-la. Como o amor tinha vendado os seus olhos e não conseguira ver o ego exacerbado da ex-mulher, aliás, confirmava a opinião de todos sobre ela, uma mulher fria e calculista.

Por vezes, dirigiu o seu olhar para tela do seu note, incrédula lia o e-mail e resmungara.

Exclamou Linda desapontada consigo:
_ Puxa!   

Depois permaneceu por alguns minutos quieta e em um rompante de ira se questionou em tom alto, ou talvez tivesse gritado para quebrar o silêncio angustiador em sua volta:
COMO EU PUDE TER ACREDITADO NELA? COMO PODE ME PEDIR UM TEMPO? 


Por intermináveis segundos Linda mergulhou em seu eu inundado pelas lágrimas, tentando encontrar no recôndito de sua alma, mais uma vez as respostas que tanto precisava.

Certa que nada, ninguém a demoveria de renegar o tempo pedido por Bruna, até porque ela o tinha dado tempos atrás, na verdade o seu casamento tinha chegado ao fim.

Casamento, aliás, que na opinião de muitos estava fadado ao insucesso, desde o dia que se conheceram.

Por certo, o amor de Linda serviu para preencher o vazio, que era visível a todos, existente entre elas, mas durante todo o período que se relacionou com Bruna, ela nunca tinha sido tão egoísta, ao ponto de feri-la daquela maneira.

Ferida, mergulhada em suas lembranças viu que há tempos vivera a solidão, aliás, a dois. Tal constatação aumentou a correnteza que a sua alma navegava e a tornou um náufrago em sua dor.

Nem quando se viu vitimada, ou melhor, no meio de um escândalo, anunciado em todas as mídias sensacionalistas fora tão devastador quanto aquele e-mail.

O desprezo, o egoísmo da mulher que ela ainda pensava amar a fez em mil pedaços, quando começou a juntá-los, mergulhada nas lembranças, tentando encontrar momentos em que se sentira realmente amada por Bruna, surpreendeu-se ao constatar que eles foram tão poucos.

As lágrimas de Linda ao constatar que vivera uma solidão a dois, tornou momentaneamente inavegável as águas do rio em que os seus olhos navegavam e que a fez sentar e chorar.

Aos prantos olhou ao seu redor, como se ela buscasse um alguém, ou uma resposta em qualquer canto daquele apartamento, e nada. Atordoada, a fim de quebrar o silêncio gritante que ali imperava Linda exclamou em voz alta:
_ Basta!

 Aquele grito reverberou por todo o apartamento e continuou a divagar consigo. 
_ Será que tudo que eu vivi foi uma mentira? 

Linda respirou fundo e continuou os seus questionamentos:
Será que as juras de amor, os risos e as carícias que recebi não passou de um estratagema de Bruna? 

Vendo que estava preste a explodir Linda desligou o note, mas manteve o e-mail gravado na caixa de entrada, a fim de servir como prova daquele ato tão egoísta. Nesse instante lembrou-se das reportagens que lera durante todo dia. 
Por quê? Porque Bruna não ligou para conversarem? Por quê?”

Por minutos comparou a frieza das palavras de Bruna, ao da tela que lhe serviu de porta-voz da sua insensibilidade.

Num momento de explosão arremessou ao chão tudo que estava a sua frente, o celular e o notebook. A dor preencheu o vazio do apartamento e caso ela insistisse em permanecer ali, terminaria por quebrar tudo ao seu redor.

Fora de si buscou a chave do carro que estava sobre a mesa, deixou o apartamento, foi até a garagem, entrou no carro e saiu em alta velocidade.  Só readquiriu um pouco do equilíbrio, quando o semáforo instalado no meio da Avenida Sernambetiba fechou, forçando-a parar. 


O MUITO DO NADA QUE A GENTE TINHA
POR BTSE E KAROL ALVES 

Estava certa
De que éramos muito
Para o que pensávamos ter.

Mas o teu silêncio
Destruiu o muito do nada
Que havia entre nós.

Restou apenas o que eu
Acreditava ter com você.

Mas na verdade o que resta
É a certeza clara e absoluta

De que fomos uma poeira
Que o vento sobrou,
Que se perdeu no ar
E que nos encontrou.

O mesmo vento que levou
Todo o amor que você
Um dia acreditou me dar
E por tão pouco destruíste
O nosso quase nada.


 As sensações antagônicas


A solidão gritava em sua alma e nos segundos que permanecera parada no sinal lembrou-se das imagens de Bruna se divertindo em São Paulo e do teor do e-mail. 

O pior era a certeza que enquanto ela estava a sofrer, Bruna vivenciava outro sentimento o da luxúria. Ela tinha que seguir a vida como a sua ex-mulher estava seguindo, aliás, como ela enfatizou naquele famigerado e-mail. 

E, em um rompante toma uma decisão…
 - x -

Comente a sua opinião é muito importante.

 “AS MARGENS DO RIO QUE SÃO OS SEUS OLHOS, EU SENTEI E CHOREI”
ROMANCE 02.0002.004 - Reeditado 09/03/14
Lei de Direito Autoral nº 9610/98

Notas finais: 

-> Para você meu Mar...
-> Karol Alves muito obrigado por abrilhantar com a sua participação neste capítulo. 
->  Lê e Lia meu mui obrigado por terem me incentivado no início.    
-> Muito obrigada Gilda Lopes. 
-> Obrigada Rosana por carinhosamente ter comentado o capítulo 03. 

 Ciente que:
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2 comentários:

  1. Bem por aí...

    Depois
    Marisa Monte

    Depois de sonhar tantos anos
    De fazer tantos planos
    De um futuro pra nós
    Depois de tantos desenganos
    Nós nos abandonamos como tantos casais
    Quero que você seja feliz
    Hei de ser feliz também

    Depois de varar madrugada
    Esperando por nada
    De arrastar-me no chão
    Em vão
    Tu viraste-me as costas
    Não me deu as respostas
    Que eu preciso escutar
    Quero que você seja melhor
    Hei de ser melhor também

    Nós dois
    Já tivemos momentos
    Mas passou nosso tempo
    Não podemos negar
    Foi bom
    Nós fizemos histórias
    Pra ficar na memória
    E nos acompanhar
    Quero que você viva sem mim
    Eu vou conseguir também

    Depois de aceitarmos os fatos
    Vou trocar seus retratos pelos de um outro alguém
    Meu bem
    Vamos ter liberdade
    Para amar à vontade
    Sem trair mais ninguém
    Quero que você seja feliz
    Hei de ser feliz também
    Depois

    http://youtu.be/vJWkWyJPFew

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  2. Realmente é por ai

    ...
    Nós dois
    Já tivemos momentos
    Mas passou nosso tempo
    Não podemos negar
    Foi bom
    Nós fizemos histórias
    Pra ficar na memória
    E nos acompanhar
    Quero que você viva sem mim
    Eu vou conseguir também
    ...

    Muito obrigada! um beijo em seu coração.

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