terça-feira, 8 de abril de 2014

CAPÍTULO 06 – MELHOR PRA MIM (MUDANÇAS)

Naquele momento o que Linda queria era o melhor pra ela e o melhor era o FIM como na música Melhor pra mim de Myllena Gusmão.
 



MUDANÇAS




NO RIO DE JANEIRO...

A caminho do Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim/ Galeão


No Rio um alguém (Linda) se sentindo ninguém, mais um rosto transtornado pela raiva e o desamor. Que resolveu mudar toda a sua vida por outro alguém, sem avaliar o real comprometimento deste, para que tal mudança desse certo.
Externava os sentimentos e as emoções vivenciadas através das lágrimas que orvalhavam os seus olhos. E que, tornaram o rio por eles navegado outrora de águas claras e mansas, ora em turvas e turbulentas, nas quais se refletia o amor, mas naquele momento o desamor.

Sentimento que transformou o seu corpo, em um navegador solitário de um barco (carro) a deriva, assim o dirigiu até o sinal de trânsito (sem saber pra onde ia), mas nos minutos em que ali permanecera decidiu dar um norte a sua vida.

Primeiro iria a Costão de Santinho como foi, aliás, lugar no qual tinha planejado viajar com Bruma, mas agora ela seria realizada sozinha. Todavia, iria acompanhada das magoas causadora do seu pranto, da dor que dilacerara a sua alma e transformara o seu coração em um náufrago.

Enquanto conduzia, para o Aeroporto do Galeão lembrou-se de que as suas malas estavam no porta-malas do carro, com as de Bruna, que ficariam ali guardadas até que retornasse de Florianópolis.

Durante o percurso escolhido até o Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim/ Galeão era o de costume: Avenida Sernambetiba na Barra, passando pela Avenida Ayrton Senna, Linha Amarela e depois Vermelha até a Avenida Vinte de Janeiro,  no bairro da Ilha do Governador, chegando ao Aeroporto, Linda dirigiu absorta em seus ressentimentos.

No Aeroporto


E quando chegou ao estacionamento, a sua única certeza era que o casamento tinha chegado ao FIM e que a viagem seria para resgatar o seu amor-próprio.

Segundo depois de estacionar em uma vaga na área VIP, aliás, bem próximo ao elevador de acesso ao Setor de Táxi Aéreo, o choro foi contido, enxugou algumas lágrimas que teimavam em sair dos olhos, colocou os óculos, ajeitou a roupa já em desalinho e desceu do carro.

Foi até o porta-malas, após certificar que as malas colocadas no carrinho eram as dela, o fechou, deixando nele além das malas de Bruna, o receio de se enxergar e de encontrar a si mesmo, principalmente de se amar, antes de outrem. Então respirou fundo e seguiu até portão de acesso a interna do aeroporto.

Por sorte, até cruzá-lo não tinha ninguém, mas ao adentrar o saguão do aeroporto, alguns flashes dispararam, em segundos o grupo de jornalistas, que se encontrava no local aguardando a chegada do time de futebol consagrado campeão da taça Libertadores, correu em sua direção, obviamente para tentar dá maior vazão à polêmica causada por Bruna.

No saguão

Aqueles flashes, mesmo ela estando acostumada a desnortearam mais do que já estava. A vontade de Linda era sair dali rapidamente, mas a sua educação não a deixara destratar ninguém.

Aliás, Linda nunca tinha destratado nenhum fã, repórter, paparazzo ou qualquer um que lhe pedisse um autógrafo, uma foto, uma entrevista, ou apenas quisesse cumprimentá-la. Até mesmo, quando ela estava cansada, ou se sentia indisposta deixara de dar atenção, ou um olhar de carinho.

Contudo, naquele momento o que ela precisava era de uma pausa, um tempo para recolocar as ideias e a vida em ordem, para isso precisava refugiar-se no resort. Talvez lá pudesse sofrer em paz, então passou pelos fotógrafos, cinegrafistas, repórteres e fãs que já a cercavam, sem dizer uma palavra, até a sala VIP da companhia de Táxi Aéreo.

Perguntavam os repórteres, alguns expressavam um olhar de comiseração; outros de aversão ao que estavam fazendo, por admirá-la; outros de malevolência.
_ Linda!

_Linda!

_O seu casamento com Bruna já tinha acabado?

O silêncio foi demorado, apenas negava ou assentia com a cabeça, imperava, mas os abutres de plantão continuavam a enxurrada de perguntas.
_ Essa viagem não seria de lua de mel?

Linda apenas respondeu:
_ Nada a declarar.

Outra pergunta:
_ Vocês estão se falando?

Apenas acenou de um lado para o outro, gesticulando um não.

Outra pergunta:
­­_ Vão continuar amigas?

Exausta Linda os respondeu com uma frase curta e um gesto preciso, o seu rosto expressava o quanto estava triste. (tinha o músculo localizado na área da sobrancelha levemente levantado).

Mas, a mais certeira e dolorida foi quando um paparazzo, com um olhar malevolente lhe perguntou.

Perguntou um repórter:
_ Você sabia que ela estava em São Paulo acompanhada?

Enquanto enfrentava silenciosa a enxurrada de perguntas, no seu íntimo também vivenciava um turbilhão de questionamento:

"Bruna terá me amado um dia?" "Ou, será que amou o que de fato o meu amor poderia lhe proporcionar? "

Certamente tais questionamentos a fez cair em desvario, por ser sabedora de que essas e tantas outras perguntas,  não seria por ela respondida e sim por Bruna. Aliás, somente ela conhecia as respostas.

Quem sabe com o tempo Bruna as daria. Até quem sabe ele seria o senhor de tais respostas. Neste momento, as incertezas dominavam a sua alma:
"Será que um dia elas voltarão a se falar?" "Ou serão amigas?"
Aliás, a sua única certeza era que o seu casamento, que já era instável há tempo, chegara ao fim, quando não a participou de que teria que ir a São Paulo, como de sua participação no programa. Tendo prova de que ela há tempo não fazia parte da sua vida e das suas escolhas. 

Ela precisava aprender a não exigir o amor de ninguém e deixar que a vida faça o resto.

Naquele momento ela tinha extirpar a dor causada pelo fim de um relacionamento desgastado e que acabou de uma forma desagradável. E se ela desse o tempo pedisse e depois voltasse era a prova que não tinha amor-próprio.

E reforçaria a ideia de que nós mulheres suportamos qualquer tipo de cafajestagem, como se não tivéssemos amor-próprio.

"A única dignidade realmente autentica é a que não diminui ante a indiferença dos outros”. (Dag Hammarkskjod)

Foi assim que vivera nos últimos anos de casamento, precisava resgatar o que lhe sobrara, enfrentaria os olhares maldosos daqueles que cruzassem o seu caminho.

Repentinamente, uma repórter a amparou, era mais nova que ela e de quem há tempos tinha notado um olhar ora de encantamento, outro enigmático, quando se encontravam em coletivas, ou em algum evento.

Ao ampará-la buscou os olhos de Linda e a enlaçou em seus braços, como se elas fossem amigas, na intenção de protegê-la dos outros repórteres, depois sussurrou ao seu ouvido e a conduziu atravessando o saguão.

Karol desculpou-se ao enlaçar o seu corpo, para protegê-la:
_ Desculpe-me!

Linda exclamou:
_ Hum!

Pediu para acompanhá-la:
_ Deixe-me acompanhá-la, por favor?

Outra pergunta (Repórter):
_ Linda, responda, por favor, você já estava separada de Bruna, quando ele recebeu o convite para participar do programa?

Karol pede que os colegas a deixem em paz:
_ Deixe-a em paz!

O silêncio, por segundos se instalou mais uma vez.

Perguntou Karol quebrando o silêncio:
_ Como você está?

Discreta depois de uma longa pausa e avançar um pouco, naquela matilha de repórteres, Linda fitando os seus olhos e disse:
_ Tenho que enfrentar tudo isso, mas...

Parou de falar temendo conversar com a repórter e não com aquela menina/mulher de uma beleza ímpar.

Karol Sevla uma jovem mulher, com os olhos de um tom castanho a fascinar, de estatura baixa, cabelo médio e escuro. Ela crescera no meio do show business, em função dos pais também terem sido repórteres.

Há tempos Linda notara o seu olhar enigmático, para muitos ela era de uma meiguice, mas para outras era ríspida e de pouca índole, inclusive para Bruna.

Parafraseando Laura:
“Nada é pequeno no amor. Quem espera as grandes ocasiões para provar a sua ternura não sabe amar.”.
_ Mas...

Linda precisava acreditar no ato de ternura feito pela repórter, mesmo que ela tivesse um olhar enigmático, titubeou, mas a agradeceu:
_ Obrigada! (respirou fundo, o seu rosto expressava um olhar de tristeza e desânimo).

Exclamou Karol:
_ Por quê?

Explicou o motivo:
_ Por me proteger dos seus amigos, mas não falarei sobre Bruna, ou do escândalo que ela aprontou.

Exclamou pausadamente:
_ Linda! 

Exclamou sem entender:
_ Hein!

Disse Karol expressando um meio sorriso silencioso e cortês.
_ Você está falando com a Karol e não com a repórter.

Talvez, ela tivesse respeitando o seu momento, ou...
_ Então vou lhe confidenciar (respirou fundo, como estivesse criando coragem para falar) que estou respirando mecanicamente, meus passos estão robotizados, meus olhos só conseguem ver tudo em preto e branco, o meu dia teve o mesmo tom da noite passada, uma profunda e completa escuridão.

Exclamou Linda:
_ Nossa!

Confessou a cantora em tom baixo, para que só ela a ouvisse:
_ Eu nem reconheço a minha feição e a minha voz...

Alguns repórteres ainda a seguiram e tiraram mais algumas fotos, enquanto ela adentrava a sala VIP da companhia. Certamente em alguns minutos as manchetes dos sites sensacionalistas seriam:
Enquanto a esposa se diverte em São Paulo, Linda Alvarez parte em busca de paz.”
O que para muitos deles essa notícia seria uma alfinetada em Bruna, cuja atitude não os surpreendia. 

Na verdade, Bruna não era bem quista por eles, pela forma com que os tratava, com desprezo e aspereza. E, que por anos coube a Linda mediar, sempre com muita destreza, os conflitos entre eles e a ex-mulher.

Linda usou do silêncio, nada comentou, e que os fez entenderem que o casamento chegara ao fim. Aliás, usou da polidez que lhe era peculiar, sem se referir à ex-mulher, ou ao escândalo.

Silêncio que originou outras manchetes:
Linda parte para o Costão do Santinho sem tocar no nome de Bruna nem nas indiscrições de sua ex-mulher. Seu olhar não parecia ter o mesmo brilho, mas a cantora não perdeu a polidez que lhe é peculiar.”
Dito feito, em um dos sites entretenimento o jornalista terminou a matéria, citando Caio Fernando Abreu: 
Nenhuma luta haverá jamais de me embrutecer, nenhum cotidiano será tão pesado a ponto de me esmagar, nenhuma carga me fará baixar a cabeça. Quero ser diferente, eu sou, e se não for, me farei.”.
Horas depois, ao ler a matéria do colega, Karol concordou, era assim que naquele momento a viu: Uma mulher cuja batalha da vida a embrutecia, nem mesmo as cotidianas a esmagavam, nada faria com que baixasse a cabeça. 

O que a diferenciava de muitas mulheres, quando tudo a levava para o fundo do poço, antes de tocá-lo, surgi uma força interior que lhe dá forças para voltar à superfície.

Ao ver a mulher que tanto queria para si melindrada, quis protegê-la e assim o fez. Talvez ao abraçá-la por piedade, ou quisera demonstrar o quanto eles no íntimo a respeitavam, sem que denotasse os seus sentimentos particulares pela protegida.

Karol não procurou fazer-se notada, ou não, naquele momento demonstrou querer tomar para si um pouco de sua dor e sussurrou ao seu ouvido.

Afirmou Karol:
_ Falo por mim e por muitos aqui presentes. 

Linda agradece:
_ Obrigada!

Falou Karol expressando um meio sorriso no rosto:
_ Antes de repórteres, somos seres humanos e sabemos o quanto tudo isso foi e está sendo doloroso para você. Desejamos que seja uma Fênix.

Agradeceu-a:
_ Obrigada!

Respondeu Karol:
_ Conte conosco.

Apenas agradeceu:
_ Obrigada!

Disse Karol fitando os seus olhos
_ E saiba que estarei aqui, esperando um telefonema seu para lhe ouvir, quando você quiser.

Agradeceu:
_ Obrigada!

Karol buscou um cartão de visita em sua bolsa, o entregou a Linda e disse:
_ Aliás, está aqui o meu cartão com meus telefones pessoais. Vá em paz, converse com o seu eu, trave essa batalha, tão perceptível e saia vitoriosa.

Sutilmente, aproximou-se do rosto de Linda, segurando-o de leve o seu braço e beijo-a. E quando os seus olhos se perdiam dos da cantora sorriu e mandou um beijo assoprando-o com a mão.

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Comente a sua opinião é muito importante.

“AS MARGENS DO RIO QUE SÃO OS SEUS OLHOS, EU SENTEI E CHOREI”.
ROMANCE 02.0002.006 - Reeditado 23/03/14
Lei de Direito Autoral nº 9610/98

Notas finais:
-> Para você meu Mar...
->  Lê e Lia meu mui obrigado por terem me incentivado no início.  
-> Obrigada Rosana e Karla Britto por terem carinhosamente comentado o capítulo 04.
                                                                                                     
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2 comentários:

  1. Oi Btse, boa noite!
    Que bom que postou o capítulo 6, já estava esperando ansiosa e agora fiquei com gosto de quero mais, muito mais... Quero o romance inteiro kkkkk

    O preço que se paga pela fama nem sempre é doce... Num momento tão difícil, Linda teve que enfrentar com a cabeça erguida a curiosidade de alguns jornalistas e curiosos e juntar forças para não desmoronar na frente de todos. Não é fácil não, no entanto ela mostrou-se admirável em sua postura! Ainda bem que contou com a ajuda de uma admiradora apaixonada... Será um novo amor?

    Dores de Amores
    Luiz Melodia

    Eu fico com essa dor
    Ou essa dor tem que morrer
    A dor que nos ensina
    E a vontade de não ter
    Sofrer de mais que tudo
    Nós precisamos aprender
    Eu grito e me solto
    Eu preciso aprender
    Curo esse rasgo ou ignoro qualquer ser
    Sigo enganado ou enganando meu viver
    Pois quando estou amando é parecido com sofrer
    Eu morro de amores
    Eu preciso aprender

    Beijos!!!

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  2. Hey Btse, Boa noite!
    Otimo esse blog seu, Não tinha ainda ele, amei conhecer...Gente que conto maravilhoso de se ler ameiii demais, quero mais e mais logo! Bjos e estou na espera viu rs.

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