Todos
os caminhos trilharam para que ela encontre a felicidade. Ou que ela
reveja a menina com jeito de mulher que atravessara o seu caminho
minutos atrás, reencontra-se a felicidade perdida, como na música
Tudo Diferente – Maria Gadú, (Composição: André Carvalho).
TODOS OS CAMINHOS TRILHAM PARA ELAS SE VEREM
Linda
precisava sentir o gosto bom que o oposto tinha a oferecê-la, por
isso foi envolvida por uma sensação tão boa, aliás, era como se o
mundo estivesse a embalar para vivenciar o que estava por vir.
Como se ele avisasse que a dor, a qual fora acometida estava preste a passar, melhor dizendo, a se esvair com um olhar.
Naquele momento, o seu coração entrou em sintonia ao que o mundo, ou que a vida estava a ofertá-la.
Ocasião, que ele passou a emitir um som profundamente grave, era como se ele marcasse o tempo de um samba-enredo, ditando o ritmo e o “coração” da plateia a torcer no Sambódromo da Marques de Sapucaí – RJ. (Passarela Professor Darcy Ribeiro).
O seu coração estava a marcar o desfile triunfal daquela que mesmo sem saber já ditava o ritmo da escola da vida. Depois que um olhar avassalador cruzou o seu e a encantou.
O qual, até hoje, está a ditar o ritmo da bateria (o seu coração), a desfilar na passarela que o amor transformou a sua alma.
Ainda que ela carregasse as cicatrizes, das feridas causadas ao longo dos tempos e que foram por elas curadas, solitariamente.
Algumas advindas pela vida solitária e estressante, mesmo rodeada de assessores e fãs, no exercício de seu ofício, o de cantora reconhecida nacional e internacionalmente.
Outras advindas, por vezes com os ventos fortes, trovoadas, relâmpagos, raios e chuvas das tormentas causadas pela incompatibilidade de gênios com a esposa. E que, por muitas vezes, faziam-nas sangrar.
Por anos, os seus olhos margearam um rio (os de Bruna), ora de águas cristalinas e calmas, mas a maioria do tempo, negras e revoltas. Até que eles encontrassem os olhos, cuja dona margeava o rio (da vida), contra a direção do vento, em ziguezague, mas estava preste a tê-lo a seu favor.
E nesse zigue-zagar lembrou-se do samba-canção que compôs, na primeira vez em que se separou de Bruna.
Ainda separada, aceitou o convite de uma cervejaria famosa e assistiu o desfile das escolas de sambas do Rio, quando viu o tom das baterias das escolas de samba, comparou-os ao da vida e compôs o samba-canção, Na passarela da emoção, mas após a reconciliação resolveu não gravá-lo.
NA
PASSARELA DA EMOÇÃO
Mais uma vez coração deste a batida em compasso,
Para a minha escola de samba na avenida entrar
Era uma batida solitária que ritmava o desfile,
De minha escola na passarela da ilusão.
Refrão
Tu foste o instrumento
E eu a mestra de bateria,
A reger com maestria o ritmo
E a melodia do meu coração.
O ritmo marca o tempo do samba-enredo
Que embala a passista,
A melodia é o encadeamento das notas
Que me encanta.
No enredo da minha vida
Eu era aquela colombina,
A desfilar na eterna passarela
De minha emoção.
Refrão
Tu foste o instrumento
E eu a mestra de bateria,
A reger com maestria o ritmo
E a melodia do meu coração.
Uma colombina solitária
A procurar minha alma,
A outra metade do meu coração.
Na timidez do meu ser
O meu coração é o instrumento,
O samba-enredo,
A bateria,
A mestra de bateria a regê-la.
Aquela a fazer a festa de ritmos
Para embalar os ouvidos
Da colombina.
Para que se faça o milagre da vida
Que a faça brilhar
E sambar na passarela da emoção.
Refrão
Tu foste o instrumento
E eu a mestra de bateria,
Mais uma vez coração deste a batida em compasso,
Para a minha escola de samba na avenida entrar
Era uma batida solitária que ritmava o desfile,
De minha escola na passarela da ilusão.
Refrão
Tu foste o instrumento
E eu a mestra de bateria,
A reger com maestria o ritmo
E a melodia do meu coração.
O ritmo marca o tempo do samba-enredo
Que embala a passista,
A melodia é o encadeamento das notas
Que me encanta.
No enredo da minha vida
Eu era aquela colombina,
A desfilar na eterna passarela
De minha emoção.
Refrão
Tu foste o instrumento
E eu a mestra de bateria,
A reger com maestria o ritmo
E a melodia do meu coração.
Uma colombina solitária
A procurar minha alma,
A outra metade do meu coração.
Na timidez do meu ser
O meu coração é o instrumento,
O samba-enredo,
A bateria,
A mestra de bateria a regê-la.
Aquela a fazer a festa de ritmos
Para embalar os ouvidos
Da colombina.
Para que se faça o milagre da vida
Que a faça brilhar
E sambar na passarela da emoção.
Refrão
Tu foste o instrumento
E eu a mestra de bateria,
A
reger com maestria o ritmo
E a melodia do meu coração.
E a melodia do meu coração.
(Composição
Linda (Btse)).
João indagou-a o motivo de tantas perguntas sobre a filha da patroa falecida:
João indagou-a o motivo de tantas perguntas sobre a filha da patroa falecida:
_
D. Linda, porque a senhora está a perguntar sobre a filha de D.
Noêmia?
Sem conseguir explicar o porquê do interesse sobre a filha caçula de D. Noêmia, desconversou e pediu que ele sentasse a mesa e contasse o porquê dela estar ali.
O que, o porteiro prontamente começou a falar, mas o tom de voz era tão baixo, que parecia estar a sussurrar em seu ouvido:
_
D. Linda, quando a patroa faleceu, há aproximadamente dois anos,
dona Silvia assumiu os negócios da mãe, entre eles o cabaré.
O porteiro estava se referir à filha mais velha de dona Noêmia, a qual tinha conhecido quando era frequentadora assídua do Cabaré.
A cantora perguntou sobre Silvia:
_
E Silvia, onde ela está?
O porteiro fechou o semblante e respondeu-a:
_ Ela está em casa.
Surpreendeu-se
e disse:
_
Nossa, em casa a está hora!?
Ainda
com semblante fechado o porteiro explicou o motivo:
_
D. Linda, ela convalescendo do tiro que levou em um atentado sofrido
há um mês.
Outra
vez, foi surpreendida:
- Hein!
Foi
neste instante, que João lhe fez uma revelação:
_
Ah, D. Linda embora não pareça, (apontou para menina, com jeito de
mulher) a filha caçula de D. Noêmia, é, na verdade, uma policial
federal.
_ Hein? Uma poli...
Assustado João a interrompeu:
_ Por favor! Dona Linda, ninguém pode saber.
Surpreendida exclamou:
_ Hein!
Ele continuou a revelar:
_Bem, quando ocorreu o atentado, no qual D. Silvia foi ferida. (suspirou) Ela pediu licença sem vencimento da Polícia Federal e ao Rio investigá-lo. (balançou a cabeça e continuou a quase sussurrar em seu ouvido) O caso, é muito sério e perigoso.
Ela exclamou novamente:
_ Nossa!
João preocupado com o que acabara de revelar, lhe fez um pedido:
_ D. Linda, a senhora vai me prometer que manterá em segredo o que lhe contei.
(riso)
Linda concordou:
_ Tudo bem, meu velho amigo. (sorriu, deu um tampinha em seu ombro e disse) Eu o manterei!
_ Tudo bem, meu velho amigo. (sorriu, deu um tampinha em seu ombro e disse) Eu o manterei!
Naquele momento tinha entendido o motivo que a levara caminhar por aquela região tão inóspita. Na verdade, ela deveria estar a investigar sobre o atentado que vitimara a sua irmã.
“Como ela era corajosa.”
Fascinada Linda não conseguiu deixar de observá-la, ainda que ela estivesse a assimilar as informações prestadas por João.
Nesse momento a mulher, com jeito de menina que a fascinara e que estava a atravessar pela segunda vez o seu caminho, passou por ela deixando um rastro de perfume indescritível.
E mesmo entontecida por aquele perfume Linda a viu parar no bar, bem a sua frente, sorri para o barman, depois lhe pediu alguma coisa para beber.
Esse por sua vez, sorridente, lhe serviu uma dose de uísque, a cowboy, a qual foi por ela sorvida, em um gole.
Depois de lhe ser servida outra dose, pode perceber, o que lhe fez ficar momentaneamente envergonhada, que o barman ao servi-la sussurrou algo ao ouvido e apontou em direção a sua mesa.
O gesto a seguir foi tão simples, mas, ao mesmo tempo, encantador. Ela pegou o copo, virou-se para Linda, sorriu, sorveu um gole da dose, entregou-a ao Barman e seguiu em direção ao camarim.
Segundo depois, ela foi surpreendida quando o Barman pessoalmente caminhou em sua direção, entregando o copo com a dose do uísque por ela bebericado e disse:_ Com os cumprimentos da casa.
Linda o agradeceu:
_ Obrigado!
Depois a sorveu lentamente, quando foi interrompida por João, que tudo via:
_ Aqui ela se chama Diva, D. Linda.
Ao ouvi-lo apenas exclamou o seu nome, o qual, aliás, fora dito em tom de mistério:
_ Diva!
João sorriu e completou a fala:
_ Logo, entenderá o porquê do codinome.
SILÊNCIO
Em
poucos minutos, as luzes se apagaram, um foco vermelho iluminou o
palco e se ouviu a música alucinante da Shakira – Loca.
E
na penumbra, uma perna torneada apareceu no canto do palco, para
delírio da plateia e alimentando a imaginação de todos os
presentes.
João
disse algo inaudível e se levantou, caminhando em direção à
direita do palco. Mas naquele momento Linda nem notou, pois sua
atenção, melhor dizendo, os seus olhos estava voltado para os de
Diva.
Aliás,
deles não se desviaram desde o momento que os reencontraram no
cabaré. Ainda mais, quando se maravilhou ao saber que a dona
daquela perna fabulosa que se esgueirava para o palco era de Luana, a
filha de dona Noêmia, a menina que quase atropelara, também era uma
stripper, a diva: “Diva”.
Foi
nesse momento que ela entendera o porquê do codinome daquela linda
menina/mulher ser Diva. (Realmente ela era uma DIVA.)
Encantada
com a presença de palco de Luana constatou que aquela mulher já
exercia sobre ela o seu fascínio.
Ouso dizer, que fora esse o momento que Linda teve
a certeza de que o seu passado com Bruna tinha-se encerrado.
O
que, existira era o presente e que ele estava diante dos seus olhos.
Diga-se de passagem, ela era uma esperança em um futuro encantador,
o qual ora vivencia.
Aliás, o presente que somente ela e a menina... A mulher... A policial... A Diva poderiam escrevê-lo.
Foi quando envolta na emoção poetizou no guardanapo:
ENCERRO O PASSADO
Eu não quero ser
A dona da verdade
Mas, meus versos hoje
Encerra o meu passado.
Quero olhar para trás
Ver meus medos,
Meus velhos amores,
Como uma grata lembrança.
Eles me ensinaram
A ser o que hoje eu sou.
São elos da corrente
De um viver
Que não se quebra,
Porque a vida a soldou.
Sem marretadas,
Sem trancas,
Porque verdadeiramente vivi.
O que hoje eu encerro
São resquícios dos sentimentos
Que poderiam ainda existir.
Hoje o meu passado
É o meu ontem.
O meu futuro
É o meu hoje.
Hoje é o meu presente
De em ti viver.
- X -
Comente
a sua opinião é muito importante.
“AS MARGENS DO RIO QUE SÃO OS SEUS
OLHOS, EU SENTEI E CHOREI”.
ROMANCE 02.0002.014 — Reeditado 18/11/14
Lei de Direito
Autoral nº 9610/98
Notas finais:
->
Para você meu Mar….
→ Obrigada
Rosana por ter carinhosamente comentado o capítulo 14.
->
Lê e Lia meu mui obrigado por terem me incentivado
no início.
Ciente que:* Não autorizo a reprodução (publicação) do todo ou de parte do texto ou do poema acima, em qualquer tipo de mídia quer expressa, falada ou digital, inclusive por PDF ou download sem o meu consentimento;
* Não autorizo que o texto ou o poema acima sofra qualquer tipo de adaptação, quer em língua portuguesa quer em estrangeira.
* A imagem inclusa na postagem é de minha autoridade. Por favor, ao copiá-la referir à fonte.
Boa tarde, Btse!
ResponderExcluirNova paixão, novo amor, recomeço?
Senhorita Liberdade
Benito Di Paula
Venha a menina tão mulher
Traga os sonhos que tiver
E me faça encontrar a paz
Faça de mim o que quiser
Afague os meus cabelos
Me faça crer
Que só você me fará feliz
Oh moça, vê se traz felicidade
Senhorita Liberdade
Meu amor de calça jeans
Abra a sua porta
Me convide para entrar
Pra falar só de nós dois
Respirar a sua voz
No seu peito me aquecer
E em você me abandonar
Me banhar no seu suor
Tenho medo de amanhecer
Tatear a cama, e não te ver
E você pensar que eu só brinquei
Senhorita Liberdade
Eu falo sério, e ela não sabe
Senhorita Liberdade
Vê se me traz felicidade
Veremos...
E Bruna?
Beijo!