SEDE DE AMOR
Realmente
elas vivenciaram a alegria da chegada do amor, que aquele encontro
inesperado as fizeram sonhar, com o que uma queria ser pra outra.
Os
seus olhos naquele momento eram os braços abertos para a felicidade.
A voz de uma era a melodia capaz de fazer a outra dançar e dançar.
Como
era estranhamente gostoso para Linda, estar novamente naquele palco,
no qual tinha conquistado seus primeiros aplausos. Naquela ocasião,
acompanhada de uma mulher tão bela e tão talentosa, ainda mais
sendo levada por sensações tão inusitadas e tão fortes.
Diga-se
de passagem, o que mais elas desejavam viver com todo ardor era o
AMOR em seu esplendor, por via de consequência, a intensidade do
desejo de uma faria nascer no da outra.
Por
terem sofrido a dor das feridas abertas pelo desamor ou do prazer
pelo prazer, imaginando estar “vivendo” com os seus respectivos
antigos parceiros um querer bem, mas que na verdade, eles foram se
esvaindo com o tempo ou nunca tinha existido.
Os
seus corpos carregavam as cicatrizes da vida, aquelas que nem o tempo
conseguiria apagá-las, até por serem elas invisíveis para o mundo,
sendo somente vistas por suas almas; Por seus corações.
Aliás,
elas estavam ávidas, na ocasião, a serem tatuadas, como foram, com
a mais perfeita de todas as marcas: a tatuagem do amor. E, como em
flashes Linda lembrou-se de um poema, o qual tinha lido, quando de
sua estada em Costão de Santinho.
CICATRIZES
POR
BTSE
Meu
corpo tem cicatrizes
Que
o tempo não apagou.
Marcas
eternas do que vivi.
Algumas
tão visíveis
Que
por si só
Contam
as aventuras,
Por
mim vividas.
Outras
tão internas,
Silentes
como o tempo,
Invisíveis
tatuagens
Na
alma e no coração.
Mas
desejosa de lembrar-me apenas
Daqueles
que me fizeram sorrir,
Do
amor correspondido
E
daquele sonhado e vivido.
Imperfeitas
tatuagens
Em
um corpo,
Que
ainda tem a esperança
De
viver a plenitude do AMOR.
Guiadas
pelo desejo gritante de serem felizes, elas rumavam passo a passo
para desenharem em suas entranhas a tão sonhada marca do amor…
Elas
desejavam viver intensamente aquele sentimento que em suas almas
gritava: amar e ser amada uma pela outra; E, que elas compartilhassem
as frustrações, os anseios, as angústias, as alegrias, as
vitórias, melhor dizendo, a vida dali por diante.
Era
como se a esperança, que por anos elas almejaram a de serem felizes
com seus antigos parceiros, estava se concretizando, na mulher que
estava ante os seus olhos.
A
única certeza que elas tinham naquele momento era de que desejavam
ser “a companheira ou o ser verdadeiramente amado” por outrem. O
que, aliás, elas não conseguiram ter e ser com seus antigos
parceiros.
Naquele
jogo de sedução, que lance a lance de forma insinuante e sutil, no
qual, por certo nenhuma das duas sairia vitoriosa, ou melhor, não
existiria naquele jogo, nem vencida ou vencedora.
NEM
VENCIDO OU VENCEDOR
POR
BTSE
Nesta
batalha não existe adversário
A
obter vitória sobre o outro
E nem
o triunfar de alguém.
Nela
ninguém será mais forte que o outro,
Não
haverá subjugados
E
nem se subjugará a alguém.
Não
haverá dominador, nem dominado.
Ninguém
se renderá,
Sob
o poder de arma de fogo.
Haverá
o amor como insígnia de uma vitória,
Nem
vencido, ou vencedor
E
sim duas almas vitoriosas,
Na
batalha travada pelo amor.
Por
certo, o único vencedor daquele prazeroso jogo seria o AMOR. E sem
que elas percebessem foram completamente abatidas por um sentimento
profundo e avassalador.
Linda
e Luana tentavam disfarça de todas as maneiras o que estavam a
sentir: A sensação de uma querer ser da outra. A qual era anunciada
por seus olhos, que naquela ocasião, parecia um letreiro eletrônico
no topo de um prédio.
A
cantora na tentativa de disfarçar, o que já não era possível,
arranhou ao violão uma música, que lhe veio à cabeça no momento,
mas que não fazia parte de seu repertório Exato Momento, do Zé
Ricardo.
Realmente
o amor precisava da sorte, o qual, elas estavam tendo, porque aquele
encontro era como foi a dois, ou melhor, as duas.
Certamente,
uma desejava dizer a outra, para que ambas deixasse o amor aflorar e
mudar as leis que regem as suas vidas. E, deixando que o improvável
acontecesse, para que ele resplandecesse em seus olhares.
E
para que isso finalmente acontecesse Linda prometera silenciosamente
com os olhos, o que era necessário para que ela conquistasse o amor
de Diva (Luana).
Essa,
por sua vez conhecedora da letra da música – Exalto momento, como
resposta deu outro sorriso ímpar e ficou ali inerte assimilando
todos os sentimentos, por ela experimentados.
Então
Linda cantou a música Segredos (Eu procuro um amor), do Frejat, que
traduzia o seu desejo de ir além, até encontrar a sua felicidade: O
amor da mulher ante os seus olhos.
Para
isso, ela usara as entrelinhas da letra daquela canção para
dizer-lhe que tinha encontrado nela tão sonhado o amor. Além de
encontrar naquele sentimento avassalador, tinha encontrado uma razão
para viver.
Depois de cantar, como se naquela boate não tivesse mais ninguém, somente ela e Luana, deixou que os seus olhos falassem o desejo de descobrir tudo sobre a preterida.
Então
cantou mais uma música – Tudo sobre você, de Zélia Ducan
Composição: John Ulhoa e Zélia Duncan, para dizê-la que já não
mais saberia chegar ao final da noite (dia) sem ela.
Depois
de cantá-las Linda levantou-se, estendeu a mão para Luana que a
segurou, em pé agradeceram os aplausos.
Luana
fora a primeira agradecer, com um tom de voz suave:
_
Obrigada!
Linda
agradeceu os frequentadores do cabaré:
– Obrigado!
Vocês são uns amores!!!
A
outra também os agradeceu:
– Muito
obrigado! Realmente vocês são uns amores.
As
duas esqueceram, naquele momento, de qualquer coisa, ou das pessoas
que as atormentava. Aliás, elas tinham esquecido que o mundo
existia, na verdade, elas estavam a sentir, como se elas estivessem
no céu.
Linda
então sussurrou no ouvido da preterida:
– Agora,
vamos!!!
Luana
assentiu com a cabeça e exclamou:
_
Vamos!!!
Deixaram
o palco de mãos dadas e seguiram silentes em direção ao camarim…
Luana
sabedora de que no salão do cabaré não teriam a privacidade, por
elas tão desejadas, melhor dizendo, para que finalmente elas
extravasassem o que estavam a sentir, optou por conduzi-la à sala da
gerência.
Até
porque, à vontade, o desejo latejava em seus corpos, em suas almas e
para que elas extravasassem com urgência tal desejo a sala da
gerência era a mais próxima.
Diga-se
de passagem, elas estavam tão envolvida uma pela outra, que no
corredor já não suportando mais o desejo de se beijarem, agitaram
suas línguas indecentes para desbravar de um jeito prazeroso os
lugares inusitados, que jamais foram outrem, explorados.
Naquele
momento eram dois rios ávidos para serem desbravados.
Fechada
à porta, as peças das roupas foram sendo lançadas uma a uma ao
chão, sem palavras. Os olhares falavam tudo o que era preciso, até
porque as suas bocas estavam ocupadas, para que elas verbalizassem
qualquer coisa; As suas mãos extravasavam freneticamente o desejo
dos seus corpos serem um exaustivamente tocado pelas mãos da outra.
Aliás,
o seu nome Luana é uma palavra havaiana, que significa “prazer”,
“felicidade”, no latim a palavra “luna”, quer dizer Lua.
Verdade
seja dita, Luana era para Linda tudo que o seu nome significava: O
prazer! A felicidade! Sua Lua, ou melhor, o farol a guiá-la rumo ao
aquele corpo de tamanha sensualidade.
Naquele
momento, ainda se ouvia, mesmo que longe a música Sede de amor –
Paula Fernandes.
-x-
“AS MARGENS DO RIO QUE SÃO OS SEUS
OLHOS, EU SENTEI E CHOREI”.
ROMANCE 02.0002.018 — Reeditado 15/12/14
Lei de Direito
Autoral nº 9610/98
Notas finais:
->
Para você meu Mar….
→ Obrigado Diego por ter carinhosamente comentado o capítulo 17.
->
Lê e Lia meu mui obrigado por terem me incentivado
no início.
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