segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

CAPÍTULO 18 – MEU EU EM VOCÊ (SEDE DE AMOR)

Como na música Meu eu em você, da Paula Fernandes uma queria ser a vida da outra. 


  SEDE DE AMOR

Realmente elas vivenciaram a alegria da chegada do amor, que aquele encontro inesperado as fizeram sonhar, com o que uma queria ser pra outra. 

Os seus olhos naquele momento eram os braços abertos para a felicidade. A voz de uma era a melodia capaz de fazer a outra dançar e dançar.
 
Como era estranhamente gostoso para Linda, estar novamente naquele palco, no qual tinha conquistado seus primeiros aplausos. Naquela ocasião, acompanhada de uma mulher tão bela e tão talentosa, ainda mais sendo levada por sensações tão inusitadas e tão fortes.

Diga-se de passagem, o que mais elas desejavam viver com todo ardor era o AMOR em seu esplendor, por via de consequência, a intensidade do desejo de uma faria nascer no da outra.

Por terem sofrido a dor das feridas abertas pelo desamor ou do prazer pelo prazer, imaginando estar “vivendo” com os seus respectivos antigos parceiros um querer bem, mas que na verdade, eles foram se esvaindo com o tempo ou nunca tinha existido.

Os seus corpos carregavam as cicatrizes da vida, aquelas que nem o tempo conseguiria apagá-las, até por serem elas invisíveis para o mundo, sendo somente vistas por suas almas; Por seus corações. 

Aliás, elas estavam ávidas, na ocasião, a serem tatuadas, como foram, com a mais perfeita de todas as marcas: a tatuagem do amor. E, como em flashes Linda lembrou-se de um poema, o qual tinha lido, quando de sua estada em Costão de Santinho.

CICATRIZES
POR BTSE

Meu corpo tem cicatrizes
Que o tempo não apagou.
Marcas eternas do que vivi.

Algumas tão visíveis
Que por si só
Contam as aventuras,
Por mim vividas.

Outras tão internas,
Silentes como o tempo,
Invisíveis tatuagens
Na alma e no coração.

Mas desejosa de lembrar-me apenas
Daqueles que me fizeram sorrir,
Do amor correspondido
E daquele sonhado e vivido.

Imperfeitas tatuagens
Em um corpo,
Que ainda tem a esperança
De viver a plenitude do AMOR.



Guiadas pelo desejo gritante de serem felizes, elas rumavam passo a passo para desenharem em suas entranhas a tão sonhada marca do amor…

Elas desejavam viver intensamente aquele sentimento que em suas almas gritava: amar e ser amada uma pela outra; E, que elas compartilhassem as frustrações, os anseios, as angústias, as alegrias, as vitórias, melhor dizendo, a vida dali por diante.
 
Era como se a esperança, que por anos elas almejaram a de serem felizes com seus antigos parceiros, estava se concretizando, na mulher que estava ante os seus olhos.
 
A única certeza que elas tinham naquele momento era de que desejavam ser “a companheira ou o ser verdadeiramente amado” por outrem. O que, aliás, elas não conseguiram ter e ser com seus antigos parceiros.
 
Naquele jogo de sedução, que lance a lance de forma insinuante e sutil, no qual, por certo nenhuma das duas sairia vitoriosa, ou melhor, não existiria naquele jogo, nem vencida ou vencedora.

NEM VENCIDO OU VENCEDOR
POR BTSE

Nesta batalha não existe adversário
A obter vitória sobre o outro
E nem o triunfar de alguém.

Nela ninguém será mais forte que o outro,
Não haverá subjugados
E nem se subjugará a alguém.

Não haverá dominador, nem dominado.
Ninguém se renderá,
Sob o poder de arma de fogo.

Haverá o amor como insígnia de uma vitória,
Nem vencido, ou vencedor
E sim duas almas vitoriosas,
Na batalha travada pelo amor.


Por certo, o único vencedor daquele prazeroso jogo seria o AMOR. E sem que elas percebessem foram completamente abatidas por um sentimento profundo e avassalador.

Linda e Luana tentavam disfarça de todas as maneiras o que estavam a sentir: A sensação de uma querer ser da outra. A qual era anunciada por seus olhos, que naquela ocasião, parecia um letreiro eletrônico no topo de um prédio.

A cantora na tentativa de disfarçar, o que já não era possível, arranhou ao violão uma música, que lhe veio à cabeça no momento, mas que não fazia parte de seu repertório Exato Momento, do Zé Ricardo.

Realmente o amor precisava da sorte, o qual, elas estavam tendo, porque aquele encontro era como foi a dois, ou melhor, as duas. 
 
Certamente, uma desejava dizer a outra, para que ambas deixasse o amor aflorar e mudar as leis que regem as suas vidas. E, deixando que o improvável acontecesse, para que ele resplandecesse em seus olhares.

E para que isso finalmente acontecesse Linda prometera silenciosamente com os olhos, o que era necessário para que ela conquistasse o amor de Diva (Luana).
 
Essa, por sua vez conhecedora da letra da música – Exalto momento, como resposta deu outro sorriso ímpar e ficou ali inerte assimilando todos os sentimentos, por ela experimentados.

Então Linda cantou a música Segredos (Eu procuro um amor), do Frejat, que traduzia o seu desejo de ir além, até encontrar a sua felicidade: O amor da mulher ante os seus olhos.

Para isso, ela usara as entrelinhas da letra daquela canção para dizer-lhe que tinha encontrado nela tão sonhado o amor. Além de encontrar naquele sentimento avassalador, tinha encontrado uma razão para viver.

Depois de cantar, como se naquela boate não tivesse mais ninguém, somente ela e Luana, deixou que os seus olhos falassem o desejo de descobrir tudo sobre a preterida.

Então cantou mais uma música – Tudo sobre você, de Zélia Ducan Composição: John Ulhoa e Zélia Duncan, para dizê-la que já não mais saberia chegar ao final da noite (dia) sem ela.

Depois de cantá-las Linda levantou-se, estendeu a mão para Luana que a segurou, em pé agradeceram os aplausos.

Luana fora a primeira agradecer, com um tom de voz suave:
_ Obrigada!

Linda agradeceu os frequentadores do cabaré:
– Obrigado! Vocês são uns amores!!!

A outra também os agradeceu:
– Muito obrigado! Realmente vocês são uns amores.

As duas esqueceram, naquele momento, de qualquer coisa, ou das pessoas que as atormentava. Aliás, elas tinham esquecido que o mundo existia, na verdade, elas estavam a sentir, como se elas estivessem no céu.

Linda então sussurrou no ouvido da preterida:
– Agora, vamos!!!

Luana assentiu com a cabeça e exclamou:
_ Vamos!!!

Deixaram o palco de mãos dadas e seguiram silentes em direção ao camarim…

Luana sabedora de que no salão do cabaré não teriam a privacidade, por elas tão desejadas, melhor dizendo, para que finalmente elas extravasassem o que estavam a sentir, optou por conduzi-la à sala da gerência.

Até porque, à vontade, o desejo latejava em seus corpos, em suas almas e para que elas extravasassem com urgência tal desejo a sala da gerência era a mais próxima.

Diga-se de passagem, elas estavam tão envolvida uma pela outra, que no corredor já não suportando mais o desejo de se beijarem, agitaram suas línguas indecentes para desbravar de um jeito prazeroso os lugares inusitados, que jamais foram outrem, explorados.
 
Naquele momento eram dois rios ávidos para serem desbravados.  
 
Fechada à porta, as peças das roupas foram sendo lançadas uma a uma ao chão, sem palavras. Os olhares falavam tudo o que era preciso, até porque as suas bocas estavam ocupadas, para que elas verbalizassem qualquer coisa; As suas mãos extravasavam freneticamente o desejo dos seus corpos serem um exaustivamente tocado pelas mãos da outra.

Aliás, o seu nome Luana é uma palavra havaiana, que significa “prazer”, “felicidade”, no latim a palavra “luna”, quer dizer Lua.

Verdade seja dita, Luana era para Linda tudo que o seu nome significava: O prazer! A felicidade! Sua Lua, ou melhor, o farol a guiá-la rumo ao aquele corpo de tamanha sensualidade.

Naquele momento, ainda se ouvia, mesmo que longe a música Sede de amor – Paula Fernandes.

-x-


Comente a sua opinião é muito importante.

AS MARGENS DO RIO QUE SÃO OS SEUS OLHOS, EU SENTEI E CHOREI”.
ROMANCE 02.0002.018 — Reeditado 15/12/14
Lei de Direito Autoral nº 9610/98


Notas finais:

-> Para você meu Mar….

Obrigado Diego por ter carinhosamente comentado o capítulo 17.


 
-> Lê e Lia meu mui obrigado por terem me incentivado no início.  

 


Ciente que:

* Não autorizo a reprodução (publicação) do todo ou de parte do texto ou do poema acima, em qualquer tipo de mídia quer expressa, falada ou digital, inclusive por PDF ou download sem o meu consentimento;

* Não autorizo que o texto ou o poema acima sofra qualquer tipo de adaptação, quer em língua portuguesa quer em estrangeira.

* A imagem inclusa na postagem é de minha autoridade. Por favor, ao copiá-la referir à fonte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário