terça-feira, 23 de dezembro de 2014

CAPÍTULO 19 – NOITE DO MEU BEM (O PRIMEIRO OLHAR! O ENCANTAMENTO! A ENTREGA AO QUE SENTIAM E QUERIAM: AMAR, AMANDO)

Como na música Noite do Meu Bem, de Dolores Duran, uma era para outra a alegria de um barco voltando, toda a ternura de mãos se encontrando. Para enfeitar daquele momento em diante enfeitar as noites uma da outra.


 

NOITE DO MEU BEM


O corpo de uma era para o da outra o porto seguro, no qual poderia se refugiar. E a cada peça de roupa que era por elas lançada ao chão:
O mundo tornava-se mais belo! E ganhava o tom da pele macia da outra. 

Aliás, o rutilar dos olhos de uma resplandecia nos da outra, todas as vezes que sentiam a maciez das mãos do ser por ela amado, tocar a sua pele. 

O primeiro olhar!

Linda se maravilhava ao ver que aquela mulher, com jeito de menina de horas atrás, se transformara:

Numa Deusa! No bem mais precioso, que o acaso da vida estava  a lhe presentear.

O encantamento!

Naquele precioso momento elas deixaram de viver a incerteza da vida, para celebrarem o amor em toda a sua plenitude.

Verdade seja dita, o que uma sentia pela outra era tão profundo! Tão belo! Que se elas pudessem enfeitariam a noite com toda a beleza do mundo, o que,aliás, elas fizeram.  

A entrega ao que sentiam e queriam:amar, amando!



Elas estavam tão entregues ao que sentiam e queriam,que no momento que a pele de uma servia de roupa para a outra flexionaram com amor o verbo amar em seus corpos.
 
 
E, diga-se de passagem, uma explicitava com avidez no corpo da outra, o que estavam a  sentir e querer: 

Serem uma só pessoa! Um só corpo! Uma de duas! Almas gêmeas! Um só coração!
Linda desejou se completar na parte pertencente a Luana e vice-versa, uma queria estar e ter a Deusa ante os seus olhos. A compositora talvez fala-se mais e compusesse uma canção, ou um poema musicado na pele de Luana.
 
E poderia se inspirar no poema que tinha lido da Btse, Deusa do seu viver.
 
 
DEUSA DO MEU VIVER
POR BTSE

Deusa dos olhos tão negros,
Como as noites mais belas,
Nas quais eu me perco
Em toda a minha vida.

Deusa dos lábios vermelhos,
Da cor do pecado,
Do qual eu me farto
Até me enlouquecer.

Deusa da cor do ébano,
Que domina o meu mundo
E refaz o meu ser.

Deusa dos meus desejos mais sagrados,
Do corpo por mim tão desejado,
Entregue ao meu bel prazer
Até me satisfazer.

Tem o cheiro do desejo,
O aroma da mais linda rosa
Que me embriaga
Do mais doce prazer.

Deusa de pele macia,
Que as minhas mãos se viciam
Ao em teu corpo passear.

Deusa da voz fascinante,
Do sorriso largado,
Do sussurro gostoso
Que encanta todo o meu ser.

Tu és a mulher por mim amada,
Deusa por mim poetizada
É a razão do meu viver.

Como na poesia, os beijos passaram a ser mais intensos, as mãos mais atrevidas, passando na ânsia do querer a desbravar o que os seus olhos minutos atrás não conseguiram fazer. Em transe, nuas, contemplaram o corpo desejado uma da outra.

Linda
_ Como você é perfeita, minha Diva!!! Minha _Deusa!!! Meu am...


Luana não a deixou terminar a fala beijando-a com frenesi, depois fitou os seus olhos e sussurrou:
_Deusa!!! É você, meu am...

 
A cantora não a deixou terminar a fala, Luana a beijou por incontáveis minutos, enquanto as suas mãos iniciaram um passeio no corpo da mulher que a fascinava, até faltasse o fôlego.
Mas Luana ainda virgem em amar uma mulher, um tanto hesitante começou acariciar os seios de Linda, que imediatamente apossou-se dos seus lábios ávidos para serem por eles explorados, trazendo-a para junto de si.


Ao sentir o calor do corpo por ela amado, mesmo sendo a sua primeira experiência, não se conteve e entregou-se a vontade de provar, de sugar e de brincar com os seios de Linda. Que já clamavam para serem por ela devorados.

Era como se o tempo fosse por elas suspendido, para que uma conjugasse por infindáveis minutos no corpo da outra o verbo amar, ter e ser. (risos)

Linda perdeu a noção do tempo, do que murmurara no ouvido da amada, dos lugares que as mãos trêmulas da outra explorou em seu corpo, até a exaustão. Foi quando a cantora se apossou do que já era seu de fato, os lábios e os seios de Luana, que gemia como nunca.
 
E quando sentiu sua íntima flor tocada levemente por Linda, não se conteve de desejo e disse:
_ Linda eu quero, eu preciso...
A cantora não a deixou terminar, beijou-a e deixou que suas mãos sentisse o sexo da mulher amada verdejar excitado como uma vitória-régia no espelho d’água.

 
Luana quis mais, mais, mais e por não conseguiu mais se conter deixou que a emoção ditasse seus gestos, e empurrou num toque suave a cabeça de Linda em direção a flor, louca para desabrochar.
 
 
No curto, mas precioso tempo, que os seus lábios percorreram o corpo de Luana, até chegar ao jardim do amor, Linda se maravilhava com aquela obra de arte que ele era.
 
As suas mãos começavam a tocar aquele botão, os seus olhos brilharam mais do que uma constelação de estrela no céu, porque ver entregue ao seu deleite a mulher que tanto desejava.

E como uma fêmea no cio, a sentir o que jamais tinha sentido, ajudou aquela flor desabrochar de tanto prazer, quando a amante crispou-lhe as unhas nas costas e gemeu alto.

Nesse prazeroso momento Linda soube que a saciara, provando do néctar inigualável que dela vertia. Extasiada permaneceu imóvel e silente, até que Luana a enlaçou e disse com a voz rouca de prazer:
_Vem cá!

 
Linda a obedeceu erguendo-se, fitando os seus olhos nos da outra, que já explicitava um brilho diferente no olhar, típico de quem tem o que deseja, e confessou a amada o seu temor:
 
_ É a minha primeira vez.

 
A cantora apenas exclamou:
_ Hum!

 
Luana continuou a sussurrar em seu ouvido:
_ Mas, acho que vou conseguir de dar prazer.

 
Carinhosamente, entre afagos e beijos Linda sussurrou:
_ Amor não precisa.


Luana elevou-se ao ouvi-la chamar de amor, era mais um motivo para fazê-la mais feliz do que já estava e disse:
_ AMOR! Vou deixar o desejo ditar o que fazer.

 
Assim que ela a abraçou, antes de beijarem-se, Luana começou a percorrer o corpo de Linda com lábios desbravadores.
 
 
Ela queria dar e sentir o prazer, que tinha recebido minutos atrás, beijou suavemente o corpo de Linda como se ela estivesse seguindo o curso natural de um rio de águas revoltas e quentes. Depois mergulhou os seus lábios profundamente, ou melhor, até o fundo daquela cachoeira de águas impetuosas que se deixa explorar mais, mais e mais...

 
Até que fortes correntezas demonstrassem o eclodir do prazer: o gozo total. Linda ainda ofegante e saciada sorriu suavemente tomando Luana em seus braços e sussurrou com a voz abobalhada:
_ Minha menina! Minha Diva! Minha mulher!

 
Luana sussurrou de volta, se perdendo, ou se achando naqueles braços:
_ Minha Linda! Minha Diva! Minha mulher!

 
Naquele momento o fundo musical daquela cena de amor era voz de Linda cantando She de Charles Aznauvor. O DJ da boate colocou um CD gravado ao vivo de um show intimista, com o qual ela ganhara um Grammy Latino.

 
Linda sussurrou perdida em seu olhar:
_ Psiu! Não fale, apenas ouça a canção, ela traduz o que você representa pra mim.


Aquele momento, elas confidenciaram através de olhares os seus sentimentos mais secretos, aliás, o que vivenciaram segundos atrás deixaram gravados em suas almas.
 
 
Para Linda, Luana era o rosto, que jamais o esqueceria. O tesouro mais valioso que jamais pensou encontrá-lo. A voz, a música que ouvia cantarolada em seus ouvidos, sem conhecê-la.


Agora os seus sorrisos eram refletidos no espelho da água dos rios que eram os seus olhos, nos quais os seus margeavam. Na verdade os olhos de uma era o espelho da outra.
 
Elas permaneceram abraçadas, trocando carícias por mais algum tempo...
 
 
O desejo novamente as impeliu a se entregarem, Linda passeou por minúscula parte do sexo Luana, tocando, beijando, brincando, e delicadamente a penetrou, arrancando da amante sucessivo espasmos de prazer uma vez mais, uma vez mais.

 
Como quem aprende mais uma lição, Luana repetiu em Linda cada gesto que acabara de presenciar e sentir, fazendo-a explodir de prazer.

 
Logo após o orgasmo, Linda puxou-a para ir de encontro aos seus lábios, para misturar os íntimos sabores e os perfumes sorvidos de seus jardins, completamente entregues.

 
Num lampejo, Luana percebeu quanto o sexo tinha sido maravilhoso, surpreendendo-se com sua própria atuação e desejo. Acabara de descobrir o quanto tinha adorado amar e ser amada por Linda; O quanto desejava a mulher ao seu lado.
 
 
Depois de se amarem infindáveis vezes, voltaram a ficar abraçadas por mais algum tempo, até que a respiração voltasse ao ritmo normal, então os beijos, antes frenéticos, passaram a ser suaves e sem pressa.

 
Extasiadas, ficaram silentes.
 
 
Linda naquela fração de minutos começou a escrever algo que poderia ser uma letra, ou uma poesia escrita no mais perfeito de todos os papéis existentes no mundo, quiçá em todo o universo: a pele de Luana. 
 
 
Corpos insaciáveis
Infinitas frações de minutos
Saciam o que suas almas famintas
Desejam...
 
Horas incontáveis
Línguas confessas
Mãos indecentes
Passeiam em corpos suados.
 
Insaciáveis desejos
Despido em cada beijo...
 
Alimentando
O Eu de cada uma
Ávidas de prazer...


 
Luana sussurrou em seu ouvido de Linda, depois com o olhar de desejo a beijou.
– Nossa! Assim eu serei sua, por toda a madrugada.


Linda falou dando beijinhos pelo rosto de Luana até ir de encontro aos seus olhos.
– Eu é que serei sua por todo sempre.


Ao ouvirem o que tinham acabado de falar foram tomadas por uma profusão de sentimentos, o passado e o presente descortinava-se em sua mente. Sentia-se viva e feliz.

 
Naquele momento Linda desejou que Bruna encontrasse alguém, que a fizesse sentir tão mulher quanto Luana a fez. Algumas lágrimas rolaram por seu rosto, não mais de tristeza e sim de alegria.
 
 
Então elas ouviram, João bater suavemente a porta, avisando que o Cabaré estava por fechar. Riram do susto, beijaram-se novamente resolvendo num acordo vestirem-se.

 
Temendo que a noite acabasse ali, Linda sussurrou em seu ouvido:
– Ei! Você vem comigo para a minha casa?

 
Luana exclamou:
_ Mas!!!

 
A cantora continuou o seu pedido:
_Ainda gostaria de conversar com você.

 
Recuperando um pouco do senso de realidade Luana ainda tentou esquivar-se do convite...
– Você não acha que devíamos conversar em outra hora, outro dia?

 
Linda sorriu e continuou a pedir:
– Por favor!!!

 
Luana assentiu ao convite de Linda
– Hoje você me venceu. Depois de tudo que você me fez viver, não posso recusar um pedido seu (risos).

 
Luana concordou quando Linda já a enlaçava pela cintura e passava a língua em seu pescoço... Depois sussurrou com a voz rouca de desejo uma poesia.
 
 
 

Perguntou Luana, ajeitando o seu cabelo no espelho.
– O que você quer, sussurrando esta poesia?

 
Linda a respondeu com outra pergunta.
– Não imagina?

 
A respondeu e deu um sorriso:
– Linda! Linda! Vamos meu amor.

 
A cantora apenas exclamou:
_ Hum!
 

Luana continuou a chamá-la para ir embora:
– Anda, o João só está nos aguardando para fechar o Cabaré.

 
A outra continuou com seu entendo, sussurrando em seu ouvido, depois beijou a sua nuca:
– Hum!!! Só mais um pouquinho.

 
E Luana com o seu de tirá-la dali:
– Vamos Linda!!! Não faz assim, porque senão...

 
Luana não conseguiu acabar de falar, porque Linda a beijou.

 
Agora era Linda que não conseguia acabar a sua fala, porque Luana a beijou:
– Você me deixa louca de vontade...

 
Mas João bateu a porta e disse:
– Meninas!?

 
Linda respondeu:
_ Oi, João!

 
Que continuou a falar por detrás da porta:
_ Desculpem-me, mas preciso fechar o Cabaré, porque está na hora do meu ônibus passar.

 
Luana ao ouvi-lo disse:
– Ouviu Linda!! Vamos, para a sua casa.

 
Uma Linda sorridente se levantou e a chamou: 
– Casa? Vamos, minha Diva!

 
Luana sai da sala conduzindo uma Linda pensativa.

 
Desde que conhecera Bruna, nunca mais convidara outra mulher para sua casa, lembrou-se de que a mesma não estava arrumada como deveria, mas não podia deixar que isso a impedisse de conhecer melhor a mulher que há pouco se aventurara consigo, tirando-a do torpor dos últimos dias, e dos últimos anos.

 
Saíram do Cabaré abraçadas ao Sr. João para despistar qualquer paparazzo que estivesse de plantão. A propósito ao contrário de Bruna que saiu de uma boate abraçada as suas amantes...
 
 
Quando saíram do Cabaré, elas ouviram a música Você me chegou – Celso Ricardo de Moraes c/part. esp. Tiê (Composição: Toquinho e Celso Ricardo de Moraes), que entoava no rádio do segurança da casa.


Obs.: Para meu Mar...


FELIZ NATAL!!!

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