Como
na música Noite do Meu Bem, de Dolores Duran, uma era para outra a
alegria de um barco voltando, toda a ternura de mãos se encontrando.
Para enfeitar daquele momento em diante enfeitar as noites uma da
outra.
NOITE DO MEU BEM
O corpo de uma era para o da outra o porto seguro, no qual poderia se refugiar. E a cada peça de roupa que era por elas lançada ao chão:
O mundo tornava-se mais belo! E ganhava o tom da pele macia da outra.
Aliás, o rutilar dos olhos de uma resplandecia nos da outra, todas as vezes que sentiam a maciez das mãos do ser por ela amado, tocar a sua pele.
O primeiro olhar!
Linda se maravilhava ao ver que aquela mulher, com jeito de menina de horas atrás, se transformara:Numa Deusa! No bem mais precioso, que o acaso da vida estava a lhe presentear.
O encantamento!
Naquele precioso momento elas deixaram de viver a incerteza da vida, para celebrarem o amor em toda a sua plenitude.Verdade seja dita, o que uma sentia pela outra era tão profundo! Tão belo! Que se elas pudessem enfeitariam a noite com toda a beleza do mundo, o que,aliás, elas fizeram.
A entrega ao que sentiam e queriam:amar, amando!
Elas estavam tão entregues ao que sentiam e queriam,que no momento que a pele de uma servia de roupa para a outra flexionaram com amor o verbo amar em seus corpos.
E, diga-se de passagem, uma explicitava com avidez no corpo da outra, o que estavam a sentir e querer:
Serem uma só pessoa! Um só corpo! Uma de duas! Almas gêmeas! Um só coração!
Linda
desejou se completar na parte pertencente a Luana e vice-versa, uma
queria estar e ter a Deusa ante os seus olhos. A compositora talvez
fala-se mais e compusesse uma canção, ou um poema musicado na pele
de Luana.
E
poderia se inspirar no poema que tinha lido da Btse, Deusa do seu
viver.
DEUSA
DO MEU VIVER
POR
BTSE
Deusa dos olhos tão negros,
Como as noites mais belas,
Nas quais eu me perco
Em toda a minha vida.
Deusa dos lábios vermelhos,
Da cor do pecado,
Do qual eu me farto
Até me enlouquecer.
Deusa da cor do ébano,
Que domina o meu mundo
E refaz o meu ser.
Deusa dos meus desejos mais sagrados,
Do corpo por mim tão desejado,
Entregue ao meu bel prazer
Até me satisfazer.
Tem o cheiro do desejo,
O aroma da mais linda rosa
Que me embriaga
Do mais doce prazer.
Deusa de pele macia,
Que as minhas mãos se viciam
Ao em teu corpo passear.
Deusa da voz fascinante,
Do sorriso largado,
Do sussurro gostoso
Que encanta todo o meu ser.
Tu és a mulher por mim amada,
Deusa por mim poetizada
É a razão do meu viver.
Como
na poesia, os beijos passaram a ser mais intensos, as mãos mais
atrevidas, passando na ânsia do querer a desbravar o que os seus
olhos minutos atrás não conseguiram fazer. Em transe, nuas,
contemplaram o corpo desejado uma da outra.
Linda
_
Como você é perfeita, minha Diva!!! Minha _Deusa!!! Meu am...
Luana
não a deixou terminar a fala beijando-a com frenesi, depois fitou os
seus olhos e sussurrou:
_Deusa!!!
É você, meu am...
A
cantora não a deixou terminar a fala, Luana a beijou por incontáveis
minutos, enquanto as suas mãos iniciaram um passeio no corpo da
mulher que a fascinava, até faltasse o fôlego.
Mas
Luana ainda virgem em amar uma mulher, um tanto hesitante começou
acariciar os seios de Linda, que imediatamente apossou-se dos seus
lábios ávidos para serem por eles explorados, trazendo-a para junto
de si.
Ao
sentir o calor do corpo por ela amado, mesmo sendo a sua primeira
experiência, não se conteve e entregou-se a vontade de provar, de
sugar e de brincar com os seios de Linda. Que já clamavam para serem
por ela devorados.
Era
como se o tempo fosse por elas suspendido, para que uma conjugasse
por infindáveis minutos no corpo da outra o verbo amar, ter e ser.
(risos)
Linda
perdeu a noção do tempo, do que murmurara no ouvido da amada, dos
lugares que as mãos trêmulas da outra explorou em seu corpo, até a
exaustão. Foi quando a cantora se apossou do que já era seu de
fato, os lábios e os seios de Luana, que gemia como nunca.
E
quando sentiu sua íntima flor tocada levemente por Linda, não se
conteve de desejo e disse:
_
Linda eu quero, eu preciso...
A
cantora não a deixou terminar, beijou-a e deixou que suas mãos
sentisse o sexo da mulher amada verdejar excitado como uma
vitória-régia no espelho d’água.
Luana
quis mais, mais, mais e por não conseguiu mais se conter deixou que
a emoção ditasse seus gestos, e empurrou num toque suave a cabeça
de Linda em direção a flor, louca para desabrochar.
No
curto, mas precioso tempo, que os seus lábios percorreram o corpo de
Luana, até chegar ao jardim do amor, Linda se maravilhava com aquela
obra de arte que ele era.
As
suas mãos começavam a tocar aquele botão, os seus olhos brilharam
mais do que uma constelação de estrela no céu, porque ver entregue
ao seu deleite a mulher que tanto desejava.
E
como uma fêmea no cio, a sentir o que jamais tinha sentido, ajudou
aquela flor desabrochar de tanto prazer, quando a amante crispou-lhe
as unhas nas costas e gemeu alto.
Nesse
prazeroso momento Linda soube que a saciara, provando do néctar
inigualável que dela vertia. Extasiada permaneceu imóvel e silente,
até que Luana a enlaçou e disse com a voz rouca de prazer:
_Vem
cá!
Linda
a obedeceu erguendo-se, fitando os seus olhos nos da outra, que já
explicitava um brilho diferente no olhar, típico de quem tem o que
deseja, e confessou a amada o seu temor:
_
É a minha primeira vez.
A
cantora apenas exclamou:
_
Hum!
Luana
continuou a sussurrar em seu ouvido:
_
Mas, acho que vou conseguir de dar prazer.
Carinhosamente,
entre afagos e beijos Linda sussurrou:
_
Amor não precisa.
Luana
elevou-se ao ouvi-la chamar de amor, era mais um motivo para fazê-la
mais feliz do que já estava e disse:
_
AMOR! Vou deixar o desejo ditar o que fazer.
Assim
que ela a abraçou, antes de beijarem-se, Luana começou a percorrer
o corpo de Linda com lábios desbravadores.
Ela
queria dar e sentir o prazer, que tinha recebido minutos atrás,
beijou suavemente o corpo de Linda como se ela estivesse seguindo o
curso natural de um rio de águas revoltas e quentes. Depois
mergulhou os seus lábios profundamente, ou melhor, até o fundo
daquela cachoeira de águas impetuosas que se deixa explorar mais,
mais e mais...
Até
que fortes correntezas demonstrassem o eclodir do prazer: o gozo
total. Linda ainda ofegante e saciada sorriu suavemente tomando Luana
em seus braços e sussurrou com a voz abobalhada:
_
Minha menina! Minha Diva! Minha mulher!
Luana
sussurrou de volta, se perdendo, ou se achando naqueles braços:
_
Minha Linda! Minha Diva! Minha mulher!
Naquele
momento o fundo musical daquela cena de amor era voz de Linda
cantando She de Charles Aznauvor. O DJ da boate colocou um CD gravado
ao vivo de um show intimista, com o qual ela ganhara um Grammy
Latino.
Linda
sussurrou perdida em seu olhar:
_
Psiu! Não fale, apenas ouça a canção, ela traduz o que você
representa pra mim.
Aquele
momento, elas confidenciaram através de olhares os seus sentimentos
mais secretos, aliás, o que vivenciaram segundos atrás deixaram
gravados em suas almas.
Para
Linda, Luana era o rosto, que jamais o esqueceria. O tesouro mais
valioso que jamais pensou encontrá-lo. A voz, a música que ouvia
cantarolada em seus ouvidos, sem conhecê-la.
Agora
os seus sorrisos eram refletidos no espelho da água dos rios que
eram os seus olhos, nos quais os seus margeavam. Na verdade os olhos
de uma era o espelho da outra.
Elas
permaneceram abraçadas, trocando carícias por mais algum tempo...
O
desejo novamente as impeliu a se entregarem, Linda passeou por
minúscula parte do sexo Luana, tocando, beijando, brincando, e
delicadamente a penetrou, arrancando da amante sucessivo espasmos de
prazer uma vez mais, uma vez mais.
Como
quem aprende mais uma lição, Luana repetiu em Linda cada gesto que
acabara de presenciar e sentir, fazendo-a explodir de prazer.
Logo
após o orgasmo, Linda puxou-a para ir de encontro aos seus lábios,
para misturar os íntimos sabores e os perfumes sorvidos de seus
jardins, completamente entregues.
Num
lampejo, Luana percebeu quanto o sexo tinha sido maravilhoso,
surpreendendo-se com sua própria atuação e desejo. Acabara de
descobrir o quanto tinha adorado amar e ser amada por Linda; O quanto
desejava a mulher ao seu lado.
Depois
de se amarem infindáveis vezes, voltaram a ficar abraçadas por mais
algum tempo, até que a respiração voltasse ao ritmo normal, então
os beijos, antes frenéticos, passaram a ser suaves e sem pressa.
Extasiadas,
ficaram silentes.
Linda
naquela fração de minutos começou a escrever algo que poderia ser
uma letra, ou uma poesia escrita no mais perfeito de todos os papéis
existentes no mundo, quiçá em todo o universo: a pele de Luana.
Corpos
insaciáveis
Infinitas
frações de minutos
Saciam
o que suas almas famintas
Desejam...
Horas
incontáveis
Línguas
confessas
Mãos
indecentes
Passeiam
em corpos suados.
Insaciáveis
desejos
Despido
em cada beijo...
Alimentando
O
Eu de cada uma
Ávidas
de prazer...
Luana
sussurrou em seu ouvido de Linda, depois com o olhar de desejo a
beijou.
– Nossa!
Assim eu serei sua, por toda a madrugada.
Linda
falou dando beijinhos pelo rosto de Luana até ir de encontro aos
seus olhos.
– Eu
é que serei sua por todo sempre.
Ao
ouvirem o que tinham acabado de falar foram tomadas por uma profusão
de sentimentos, o passado e o presente descortinava-se em sua mente.
Sentia-se viva e feliz.
Naquele
momento Linda desejou que Bruna encontrasse alguém, que a fizesse
sentir tão mulher quanto Luana a fez. Algumas lágrimas rolaram por
seu rosto, não mais de tristeza e sim de alegria.
Então
elas ouviram, João bater suavemente a porta, avisando que o Cabaré
estava por fechar. Riram do susto, beijaram-se novamente resolvendo
num acordo vestirem-se.
Temendo
que a noite acabasse ali, Linda sussurrou em seu ouvido:
– Ei!
Você vem comigo para a minha casa?
Luana
exclamou:
_
Mas!!!
A
cantora continuou o seu pedido:
_Ainda
gostaria de conversar com você.
Recuperando
um pouco do senso de realidade Luana ainda tentou esquivar-se do
convite...
– Você
não acha que devíamos conversar em outra hora, outro dia?
Linda
sorriu e continuou a pedir:
– Por
favor!!!
Luana
assentiu ao convite de Linda
– Hoje
você me venceu. Depois de tudo que você me fez viver, não posso
recusar um pedido seu (risos).
Luana
concordou quando Linda já a enlaçava pela cintura e passava a
língua em seu pescoço... Depois sussurrou com a voz rouca de desejo
uma poesia.
Perguntou
Luana, ajeitando o seu cabelo no espelho.
– O
que você quer, sussurrando esta poesia?
Linda
a respondeu com outra pergunta.
– Não
imagina?
A
respondeu e deu um sorriso:
– Linda!
Linda! Vamos meu amor.
A
cantora apenas exclamou:
_
Hum!
Luana
continuou a chamá-la para ir embora:
– Anda,
o João só está nos aguardando para fechar o Cabaré.
A
outra continuou com seu entendo, sussurrando em seu ouvido, depois
beijou a sua nuca:
– Hum!!!
Só mais um pouquinho.
E
Luana com o seu de tirá-la dali:
– Vamos
Linda!!! Não faz assim, porque senão...
Luana
não conseguiu acabar de falar, porque Linda a beijou.
Agora
era Linda que não conseguia acabar a sua fala, porque Luana a
beijou:
– Você
me deixa louca de vontade...
Mas
João bateu a porta e disse:
– Meninas!?
Linda
respondeu:
_
Oi, João!
Que
continuou a falar por detrás da porta:
_
Desculpem-me, mas preciso fechar o Cabaré, porque está na hora do
meu ônibus passar.
Luana
ao ouvi-lo disse:
– Ouviu
Linda!! Vamos, para a sua casa.
Uma
Linda sorridente se levantou e a chamou:
– Casa?
Vamos, minha Diva!
Luana
sai da sala conduzindo uma Linda pensativa.
Desde
que conhecera Bruna, nunca mais convidara outra mulher para sua casa,
lembrou-se de que a mesma não estava arrumada como deveria, mas não
podia deixar que isso a impedisse de conhecer melhor a mulher que há
pouco se aventurara consigo, tirando-a do torpor dos últimos dias, e
dos últimos anos.
Saíram
do Cabaré abraçadas ao Sr. João para despistar qualquer paparazzo
que estivesse de plantão. A propósito ao contrário de Bruna que
saiu de uma boate abraçada as suas amantes...
Quando
saíram do Cabaré, elas ouviram a música Você me chegou – Celso
Ricardo de Moraes c/part. esp. Tiê (Composição: Toquinho e Celso
Ricardo de Moraes), que entoava no rádio do segurança da casa.
Obs.: Para meu Mar...
FELIZ NATAL!!!
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