Luana
desejava que Linda olhasse em seus olhos, que nada mais a
perguntasse, que somente extravasasse toda a alegria, que estava
sentindo. Como na música Sueños, de Diego Torres (Composição:
Cachorro López – Sebástian Schon – Diego Torres).
MEU CORPO QUE VOCÊ
Desde
o momento em que elas se entreolharam no cabaré uma passou a margear
os olhos da outra. Dali em diante passaram a margear o rio da vida
cuja água seguia o seu curso, sem saberem em qual oceano ele
desembocará.
Seria
ele um oceano de sentimentos profundos e verdadeiros ou em um lago de
sentimentos contidos? Seria ele um oceano de sentimentos
avassaladores, mas sendo esses momentâneos. Ou um rio de um
sentimento instantâneo, melhor dizendo, somente por aquela noite?
Bem
diferente, ao que os seus olhos estavam a margear, quando
desembocaram em confluência naquela faixa de pedestre, ao se
entreolharem pela primeira vez. Naquele curtíssimo espaço de tempo
eles começaram a sua junção.
Concluída
na sala da gerência do cabaré quando uma amou e foi amada pela
outra, nesse prazeroso momento os seus olhos passaram a margear o
mesmo rio, o da vida.
Mas
só tiveram a convicção do que estavam a sentir uma pela outra era
imensurável, dentro do carro, quando se aproximavam do apartamento
de Linda.
Ocasião
em que os seus olhos passaram a margear um rio de dimensões
imensuráveis (a vida a duas), cujas suas águas eram volumosas e
profundas.
E
com certeza tudo o que elas viveram ao longo dos últimos as fizeram
sabedoras de que por muitas e muitas vezes ele poderá ter no curso
da vida (a duas) fortes corredeiras e até quedas d'água que
causarão inundações ou o tornarão inavegável, momentos nos quais
uma será o abrigo da outra para manterem-se salvas e unidas.
Ouso
dizer, que fora dentro daquele carro o amor acabou de forjar o elo,
que as manterão unidas para enfrentarem as intempéries da vida,
principalmente a da vivência a duas.
Diga-se
de passagem os olhares confessos, os gestos ousados, lábios e mãos
contidas, mas, ao mesmo tempo, desejosas de que elas continuassem o
que estavam a fazer (suspiros), as incitando para uma amar e ser
amada pela outra dentro daquele carro, era o amor forjando o elo, que
as uniu.
(risos)
Incitação que tornou o percurso entre o cabaré localizado em
Copacabana e o apartamento de Linda, na Barra da Tijuca interminável,
de tanto era o desejo de se terem.
O
qual, aliás, no afã de saciá-lo as fizeram agir em cada sinal de
trânsito fechado durante todo o percurso, inspiradas na
voluptuosidade que uma tinha proporcionado a outra, minutos atrás,
como se estivessem nas preliminares do que aconteceria no
apartamento, momentos depois. (suspiros, imaginando-as).
Lascívia
que sequer João (o porteiro), testemunha da empatia existente entre
elas, imaginaria o que estava a acontecer dentro daquele carro.
Aliás,
esse ao ser deixado no ponto de ônibus pelas duas, sorrira ao
pressentir de que algo importante estava acontecendo entre elas. Vez
que, ao deixarem a sala da gerência não conseguiam mais disfarçar
a sua grandiosidade, tamanha era a felicidade expressada em seus
rostos, mesmo que elas tentassem disfarçá-la.
E
quando seguiu o curso da vida, rumo à plenitude do amor, ele ficou
ali no ponto tão feliz, quanto elas estavam e em silêncio as
abençoo.
Certamente,
os seus olhos confessaram ao encontrarem, nos momentos que tiveram
juntado entre o cabaré e o ponto de ônibus, que desejavam dar
continuidade ao que tinham vivido dentro da sala da gerência.
(risos)
E
ele estava certo, o curso das águas do rio da vida as levaria a
viver naquela madrugada e por todo sempre, no
ancoradouro dos seus desejos mais íntimos, o apartamento de Linda: a
plenitude do amor puro e verdadeiro.
Aquele
homem tão simplório, de traços comum e semianalfabeto tinha
pressentido o quanto aquele encontro às tinham envolvido de algo
muito maior do que uma simples amizade.
O
que elas e nem o porteiro até aquele momento imaginariam que ela
estava a viver, desde o primeiro olhar trocado naquele incidente (o
quase atropelamento), um amor ao primeiro olhar.
Aliás,
sentimento que por si só respondera as algumas perguntas do
turbilhão de questionamentos feitas aos seus eu sofridos surgidos,
quando
de suas respectivas separações: A de que estavam certas em não
tentar uma reconciliação; A de que acertaram quando decidiram por
aceitarem o fim de seus casamentos, fadados ao fracasso; E a de que
não era amor, o que achavam sentir por seus respectivos
ex-companheiros. Que na verdade era uma afeição (paixão), que o
tempo e as totais incompatibilidades de gênios trataram de forma
dolorosa, dissipá-la.
Quando
as demais respostas, tão quão importantes as que tinham sido
respondidas até aquele momento, foram sendo dadas a cada afluente
(os acontecimentos), que ao rio se juntavam.
E
o qual contemplava de mãos dadas e com as almas forjadas pelo amor,
toda a beleza do mundo.
Urge
dizer que naquele momento, como ainda o é, uma era o mundo
contemplado pela outra. Mesmo com as imperfeições comuns aos seres
humanos, mas que o amor, com certeza, as ajudou transpô-las.
Bem
diferente ao que tinha acontecido com os seus relacionamentos
anteriores, desgostosas com os seus companheiros, por vezes sentaram
e choraram as margens dos rios, que os seus olhos estavam a
margeá-los, quando casadas estavam.
Na
verdade, o que elas sentiam em relação a esses era apenas uma
afeição ou uma forte atração sexual, ao longo do tempo foram
dolorosamente se dissipando.
Cada
fase deste relacionamento fadado ao fim está contida nas entrelinhas
das letras de muitas canções compostas por Linda. As quais, por
sinal foram dadas
forma poética para canto as emoções, as verdades implícitas em
sua alma e no seu coração, que não conseguia dizê-las.
À
época, eles eram tão conflitantes que a empurrara para um abismo
sem fim, sem que até aquele momento houvesse encontrado uma forma de
sair dali. O mais interessante era que Luana partilhava da mesma
sensação, com o seu casamento.
E
fora quando se tocaram pela primeira vez, ao se cumprimentarem no
cabaré, uma passou a ser para a outra o caminho, a corrente, a fenda
que as tirariam dos abismos em que se encontravam.
E
a cada vez que os seus olhos se encontravam, como fosse um afluente
se juntando ao rio da vida, respondia uma pergunta, ou dissipara um
medo ou aflição que as empurraram para aqueles abismos.
Com
certeza, unidas como as águas do rio da vida, as quais os seus olhos
margeavam e que à época começaram de mãos dadas e entregas uma a
outra, segui-lo até o ponto em que ele se lançaria ao mar ou noutro
rio: o da felicidade.
Elas
estavam à mercê de um vento fresco e brando do querer bem, mesmo
sabendo que enfrentarão como estavam até horas atrás a enfrentar
trombas da água, que se dissiparam rapidamente, quando da junção
dos rios, que em suas margens sentaram e choraram.
E
depois, ao longo da caminhada as margens do rio da vida ocorrerão
trombas d'água, que a profusão de sentimentos (advindas do amor),
que forjara as suas almas, servirão de base para manterem-se salvas
e unidas.
Tornando-o
novamente de águas calmas e cristalinas, para que possam prosseguir
a caminhar até encontrarem a foz do oceano ou doutro rio: o da
felicidade.
O
que, aliás, começaram a caminhada explicitando durante todo o
percurso do cabaré até a Barra, o que desejavam vivenciar quando
elas chegassem ao apartamento de Linda.
A
empatia das duas era tamanha que uma entendia o que a outra dizia nas
entrelinhas das frases que os seus olhos trocaram, desde que se
reencontraram no cabaré.
E
se tivesse alguém dentro daquele carro, além das duas,
testemunharia o que duas mulheres libertas pelo amor, seguiam o curso
da vida. Entregues ao desejo de atracarem em um porto para elas
considerado seguro, o apartamento de Linda, para viverem a plenitude
do amor.
Vezes
que no carro descobriram ser amor o que estavam a sentir, por isso
desejavam viver como vivem, a felicidade plena de amar e ser amadas
uma a outra.
E
o turbilhão de questionamentos que as afligiram até aquele momento,
se transformaria no de emoções, que foram e é prazerosamente por
elas vivida intensamente.
Envoltas
nessas emoções Linda buscou no porta-luvas um CD de Vânia Abreu e
escolheu a música Entre Nós (Composição:
Paulo Dáfilin e Mauro D’alaqua).
Linda
e Luana vivenciaram estrofe a estrofe, que a canção dizia.
Principalmente a de que uma tinha escolhido a outra, como na música,
entre a razão e o querer.
Emocionada
lembrou-se do poema que há tempos tinha lido e que em Costão de
Santinho recebera da poetisa Fênix, de quem era fã, a autorização
para declamá-lo em seu novo show, antecedendo a música que estava a
compor.
E
toda orgulhosa mostrou-a tecendo comentários elogiosos:
“Olá…
Bem…. vou pedir pra “dona” do poema se ela autorizar
(rrsrsrsr) brincadeirinha. É claro que você pode usá-la. Será uma
honra poder estar presente no teu projeto, através do meu escrito.
Obrigada pelas palavras de incentivo. Beijos carinhosos em seu
coração”. (Fênix)
NAQUELE
MOMENTO ERAM DUAS MULHERES FELIZES A CAMINHO DE UM PORTO SEGURO O
APARTAMENTO DE LINDA, ESPERANDO O SINAL DE TRÂNSITO LOCALIZADO NO
MEIO DA AVENIDA SERNAMBETIBA, ABRIR.
E
no qual, aliás, Linda parara dias atrás desesperada por ter
perdido, o que ela achava ser o grande amor de sua vida, leto engano.
Verdade seja dita, naquele sinal à época aproveitou os segundos ali
parada, para decidir mudar o curso da vida.
No
entanto, ao contrário daquela vez que ali estivera, vivenciando a
felicidade plena do amor e usando dos segundos faltantes a que ele
abrisse e fazendo da música o fundo musical, para declamá-lo a
mulher que seria como é, o seu puro e verdadeiro amor.
SENSAÇÕES
POR
FENIX
Teu
jeito de me beijar, desperta em mim
ternura, carinho e muito desejo.
Minha pele se arrepia e meu corpo se contorce
só de pensar em ganhar de ti mais um beijo.
Quando nossos corpos se enroscam
misturando nossos fluidos e sensações,
deixamos que o mundo lá fora fique estagnado
pois só ouvimos mesmo, as batidas de nossos corações.
ternura, carinho e muito desejo.
Minha pele se arrepia e meu corpo se contorce
só de pensar em ganhar de ti mais um beijo.
Quando nossos corpos se enroscam
misturando nossos fluidos e sensações,
deixamos que o mundo lá fora fique estagnado
pois só ouvimos mesmo, as batidas de nossos corações.
E
no calor do amor que nos une
o mundo se torna pequeno diante de tanta ternura.
Viajamos por nuvens coloridas e perfumadas
enquanto sorrindo, em minha mão, você segura.
Somos duas pessoas e dois corpos
que tornam uma só vida embalada pelo amor.
Caminhamos confiantes e de cabeça erguida;
criamos nossa estrada e seguimos juntas seja aonde for.
E assim quando te olho adormecida em meus braços
sinto que você me completa e me faz feliz.
Sei que o mundo gira e tudo pode se transformar,
mas confesso que você é a pessoa que eu sempre quis.
Sei que o que nos une não é apenas o desejo.
Não somos movidas apenas pelo fogo da paixão,
nós nos amamos e isso fica evidenciado pelos nossos olhos
pois quando nos olhamos, eles refletem nosso coração.
o mundo se torna pequeno diante de tanta ternura.
Viajamos por nuvens coloridas e perfumadas
enquanto sorrindo, em minha mão, você segura.
Somos duas pessoas e dois corpos
que tornam uma só vida embalada pelo amor.
Caminhamos confiantes e de cabeça erguida;
criamos nossa estrada e seguimos juntas seja aonde for.
E assim quando te olho adormecida em meus braços
sinto que você me completa e me faz feliz.
Sei que o mundo gira e tudo pode se transformar,
mas confesso que você é a pessoa que eu sempre quis.
Sei que o que nos une não é apenas o desejo.
Não somos movidas apenas pelo fogo da paixão,
nós nos amamos e isso fica evidenciado pelos nossos olhos
pois quando nos olhamos, eles refletem nosso coração.
Ao
fim, ainda conseguiram ouvir a última estrofe da canção, que
por sinal era bela. E completava, cada palavra declamada da poesia,
traduziam o que elas estavam a vivenciar, melhor dizendo, o que uma
estava a sentir pela outra.
Tanto
que ao fim do último verso do poema Luana estava tão emocionada,
que não conseguira controlar que algumas lágrimas teimassem em sair
dos seus olhos. (suspiros) E entre um soluço e outro, não parava de
exclamar o quanto ele era lindo.
Realmente,
ele descrevia o que uma despertava na outra, até um simples beijo,
as instigavam a viver este sentimento único, vivenciado por todo
sempre, se o mundo ali acabasse.
E
até mesmo nos momentos em que uma tromba da água caía sobre o rio
da vida, uma será o abrigo da outra, até que ela se dissipe e volte
o tempo da bonança.
Como
os que estavam a viver dentro daquele carro, não poderiam saber se
elas o seguirão o mesmo curso, mas em seus íntimos desejos gritava
a vontade de o seguirem unidas, uma margeando os olhos da outra.
Quando
ouviram no rádio do carro o funk
melody Meu
Corpo Quer Você, do Naldo
(risos). O qual exprimia em palavras, o que os seus corpos desejavam
sentir, o mesmo prazer que uma proporcionara a outra, horas atrás.
Linda
passou a língua nos lábios para umedecê-los, desviou o seu olhar
para os de Luana e fez a segunda voz na canção, mesmo estando a
dirigir (risos), para o desespero da amada.
Como
pôr o acaso ou a necessidade de chegarem ao porto seguro a toda à
pressa, para que elas explicitassem a exaustão, o que seus corpos
deliravam fazer ali mesmo.
Justamente,
quando parara no último sinal de trânsito antes do seu apartamento,
buscou os lábios de Luana beijando-o, passou a mão por suas pernas
já desnudas e disse apontando
para o prédio, no qual morava:
_
É aquele prédio, Lu! (sorriu, roubou um beijo e continuou a falar)
No qual os meus desejos mais íntimos deposita esperanças (passeou a
mão por sua perna) de que ele seja de hoje em diante o porto seguro,
como na música (suspirou) onde viveremos o nosso amor.
Olharam-se
reciprocamente, depois de ficar por alguns segundos silentes, o que
se ouvira dentro aquele carro eram os seus corações batendo
harmoniosamente, a certeza que tomava conta do seu eu, que desejavam
seguir unido o curso do rio da vida, muito além da eternidade.
E
quando se entreolhou novamente, Linda esmoreceu ao ponto de se apoiar
no volante, ao ouvir aquela voz doce chamar a sua atenção:
_
Linda!!!
A
cantora submissa aos desejos da amada, exclamou:
_Oi,
meu amor!
Luana
explicitava através dos seus olhos, que irradiavam um brilho ímpar,
que só os apaixonados emanam. E o qual, aliás, confessavam o que
ela não conseguia mais esconder de Linda e confessou:
_
Linda!!! Não consigo traduzir em palavras o que estou a sentir por
você. Juro nunca ter sentido algo igual por ninguém.
Emocionada,
mas, ao mesmo tempo, aturdida, também confessou:
_
Idem, meu amor!!! (suspirou) Mire os meus olhos e veja neles o mesmo
brilho que os seus irradiam.
Luana
suspirou longamente, então exprimiu o pensamento:
_
Isso é loucura, Linda!!! (balançou a cabeça) Nós nos conhecemos
há tão pouco tempo (suspirou), aliás, há algumas horas apenas.
Como um sentimento tão intenso, pode acontecer desta maneira?!
Linda
achou por bem estacionar o carro, então fez um gesto carinhoso no
seu rosto, se aproximou, buscou os seus lábios o beijou suavemente,
suspirou e disse:
_Olhe
nos meus olhos, eles confessam tudo o que estou por sentir. Não
consigo mais viver sem sentir o seu corpo junto ao meu.
Com
os olhos marejados de lágrimas Luana e exclamou:
_
Mas….
Linda
não deixou que ela terminasse a fala, com a emoção a flor dos
olhos, continuou a declarar o que estava a sentir:
_
Eu estou certa de que sem tê-la ao meu lado, os meus olhos ganharam
o tom da escuridão total. (suspirou, depois ela sorriu e continuou a
falar) O pior, receio perde a voz se você não estiver a me ouvir.
Luana
enxugou as lágrimas que teimavam a saírem dos seus olhos e com a
voz embargada, pediu que ela dissesse o que realmente estava a
sentir:
_
Linda Alvarez!!! Por favor, traduza em uma palavra o que você estar
a sentir, por mim. (suspirou alto) É paixão ou amor?
Antes
de responder Linda também enxugou as lágrimas que teimavam a sair
dos seus olhos, continuou a sua confissão a meia voz:
– Lu!
O
que eu sinto por você é algo bem maior do que a paixão e maior do
que o desejo de pele, de cheiro, de gosto. É AMOR!
Carinhosamente
Luana secou, com as pontas dos dedos as lágrimas que teimavam a sair
dos olhos da cantora e declarou em confissão:
_
Li! Eu sinto o mesmo por você. E agora?
POR
FRAÇÃO DE SEGUNDO OS SEUS LÁBIOS SILENCIARAM
A
fim de quebrar o silêncio que se sucedeu, depois da fala de Luana, a
cantora fitou os seus olhos e disse:
_
Lu! Vamos deixar a vida nos levar… (risos) parafraseando o meu
amigo Zeca Pagodinho.
Luana
sorriu, beijou-a, ficou por alguns segundos fitando os seus olhos,
suspirou e disse:
_
Tudo bem, amor! Então sigamos JUNTAS, o curso do rio.
Ao
ouvi-la Linda sorriu, passeou sua mão pelas pernas da amada,
beijou-a com certa intensidade, ligou o motor do carro e exclamou:
_
VAMOS!
Sorrindo,
voltou a seguir em direção ao seu apartamento, protegidas pelo
vidro do carro, Luana apenas assentiu com a cabeça.
Enquanto
Linda seguiu acompanhada e feliz para o seu apartamento. Bruna, por
sua vez se encontrava noutro apartamento, localizado no Leblon, outro
bairro nobre do Rio de Janeiro, solitária e amargando a dor causada
por seus atos impensados.
Somado
a tudo o que ela tinha passado no Aeroporto Galeão – RJ e que a
deixara sem forças e sem ânimo, para dar um novo curso ao rio, que
os seus olhos estavam a margeá-lo. Que naquele momento suas águas
estavam revoltas e remexidas.
Diga-se
de passagem, à época as lágrimas
saídas dos seus olhos contrastava-se com as de Linda: as de uma eram
de felicidade e a da outra eram de tristeza.
Tristeza,
aliás, que para muitos seria obra do acaso, para maioria seria o
castigo que a vida estava lhe impingindo, por tudo que fizera Linda
sofrer. Mas, na verdade, seria consequência de seus atos, sendo ele
impensado ou não.
Verdade
seja dita, os por ela cometidos em São Paulo, era a ponta de um iceberg, que tinha desprendido dos mares polares e que flutuara até
o rio da vida, que os seus olhos estavam a margear.
Iceberg,
aliás, que representava em sua vida os atos por ela cometidos ao
longo dos últimos anos, que fizeram do seu coração uma massa de
gelo flutuante.
Já
que vem ao caso, ouso dizer, que toda aquela dor aguda que a
incomodava era nada mais nada menos do que o resultado natural dos
atos inconsequentes, por ela cometidos ao longo dos últimos anos.
E
por via de consequência tinha abalado emocionalmente todos os seus
familiares e aqueles que a rodeavam, no qual Linda se a inclui, à
época.
Consequentemente
os levaram, por vezes, a vivenciar situações dolorosas, que os
constrangiam quando apontados
à rua ou onde eles estivessem, como os pais da famosa que
protagonizara aquele escândalo, com outras duas mulheres em São
Paulo, deixando-o que ele vazasse nos programas de entretenimento ou
site de fofocas.
O
que a levara, como Linda fizera dias atrás, remexer no baú dos
sentimentos e revivê-los.
POR
BTSE
Anos
atrás,
Em
um minúsculo pedaço de papel,
Escrevi
um poema
Revivendo
o meu passado,
Lembrei-me
daquele papel guardado.
Comecei
a procurá-lo,
Nesses
minutos de busca
Refleti
sobre o meu passado,
Revivendo
minhas boas lembranças.
Ao
encontrar tal poema,
Naquele
papel dobradinho e abandonado,
Percebi
que a minha vida
Estivera
assim como ele.
Ao
reler aqueles versos,
Tão
amarelados quanto o tempo do papel,
Surpreendi-me
com tal poder.
Eram
versos livres
Soltos
como a vida à época,
Mas
eram de pureza ímpar!
Tão
puros que como por encanto,
E
como o papel ele se desfez…
Quando
lembro-me daquele poema,
Vejo
que naqueles simples versos,
Escrevi
minha verdade
Que
só hoje eu consigo entender.
Eram
tão gratas as lembranças,
Ao
lê-lo descobri que para poetizar o amor,
É
necessário verdadeiramente
Vivê-lo
intensamente.
Lei
de Direito Autoral nº 9610/98
Reeditado:
22/02/15
Notas finais:
Obrigada Mar...
Céus... Estou com dificuldades de dar sequência a leitura desta maravilhosa história, haja vista q por vezes necessito parar, respirar, e enxugar minhas lágrimas q se fazem presentes toda vez que reconheço nesta história sentimentos que vivi... Ah o olhar, o brilho de um olhar diz tudo, assim como nos eleva a felicidade desmedida ao reconhecer nos olhos de seu amor, o amor, que a ele oferta, em outros momentos nos joga em um buraco negro, de dor, quando não mais reconhecemos nele o brilho de outrora.
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